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Estudantes brasileiros capacitados no Butantan conquistam medalhas de ouro e prata na Olimpíada Ibero-Americana de Biologia

Os quatro estudantes que participaram da competição já haviam sido medalhistas de ouro na Olimpíada Brasileira de Biologia, organizada pelo Instituto Butantan


Publicado em: 13/09/2024

Nesta sexta (13), quatro estudantes brasileiros do Ensino Médio conquistaram duas medalhas de ouro e duas de prata por sua participação na 17ª edição da Olimpíada Ibero-Americana de Biologia (OIAB), realizada em Cuba. Os jovens foram capacitados no Butantan, órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde (SES/SP), e são medalhistas de ouro da 20ª Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB), organizada em parceria com a Escola Superior do Instituto Butantan (ESIB).

Marcos Paulo Gonçalves Santos e Arthur Kui conquistaram o ouro e David Li Chiun Liu e Pedro Perry Resende, a prata. Esse resultado indica que todos os quatro representantes da delegação brasileira obtiveram medalhas na competição internacional.

“Os estudantes têm acesso a uma rede que os conecta ainda mais com os professores e cientistas da área, possibilitando, além das medalhas, vagas em universidades públicas, o que contribui para a formação de uma nova geração de cientistas”, explica a pesquisadora científica do Butantan e coordenadora nacional da competição, Sonia de Andrade Chudzinski.

Na capacitação, realizada em maio de 2024, os jovens foram submetidos a atividades e provas, teóricas e práticas, elaboradas pela equipe do Instituto. Ao final, realizaram uma prova classificatória para a OIAB e para a Olimpíada Internacional de Biologia (IBO, na sigla em inglês), que aconteceu em julho de 2024, no Cazaquistão. Três alunos capacitados no Butantan ganharam medalhas de prata e bronze na competição mundial, permitindo que o Brasil alcançasse o melhor resultado entre os países ibero-americanos. 

 

Fernando Paiva, Andrea Borrego, David Li Chiun Liu, Marcos Paulo, Arthur Kui, Pedro Perry e Sonia de Andrade Chudzinski

 

Estudantes celebraram suas conquistas em Cuba

 

Impacto na vida dos jovens

Pedro Perry Resende, o único estudante de escola pública entre os competidores, conta que desenvolveu na escola uma iniciação científica sobre olimpíadas de conhecimento. “Eu já gostava e já participava, só que esse trabalho me fez perceber a importância de serem feitas olimpíadas científicas para incentivar o estudo no país”, reflete o medalhista de prata da OIAB.

Ao chegar no Butantan para receber a medalha de ouro da OBB e participar da capacitação para a OIAB, ele percebeu a relevância da iniciativa, pois poderia conviver com grandes pesquisadores de um instituto de ciências renomado. “O próprio contato com a biologia, mais aprofundado do que eu tinha antes, me ensinou a pensar diferente”, afirma. 

 

Pedro destacou a importância das Olimpíadas para a evolução da educação no Brasil

 

Apesar da aptidão em biologia, Pedro tem preferência pela área de exatas e pretende seguir no curso de matemática aplicada ou bioinformática – para unir os dois mundos. Ele deve tentar o vestibular pela modalidade olímpica, disponível em instituições como a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), Universidade do Estado de São Paulo (Unesp), Universidade Federal do ABC (UFABC), Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS) e Universidade Federal de Itajubá (UNIFEI). Os critérios de admissão dependem de cada instituição e da medalha obtida.

Já para o medalhista de ouro Marcos Paulo Santos, a parte mais importante da capacitação foi estar em contato com cientistas do calibre dos pesquisadores do Butantan, enquanto para o medalhista de prata David Li Chiun o que chamou a atenção foi conhecer mais sobre novos campos de estudo, como a bioinformática. “Fomos apresentados a ferramentas sensacionais! Inserimos uma sequência genética no sistema e magicamente começaram a surgir coisas que dificilmente descobriríamos sozinhos”, conta.

 

Marcos Paulo esteve no Butantan em maio para capacitação 

 

David Li Chiun foi medalhista de prata na OIAB

 

Arthur conquistou a medalha de ouro em Cuba

 

Sobre a OBB

A Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB) tem como objetivo promover a educação científica do país, captando talentos e incentivando a educação, pesquisa e inovação. Em 2024, a OBB somou mais de 163 mil inscritos. 

A OBB é apoiada pelo Instituto Butantan, Fundação Butantan, Escola Superior do Instituto Butantan, Centro de Toxinas, Resposta-imune e Sinalização Celular (CeTICS), Centre of Excellence for New Target Discovery (CENTD), Ministério da Educação, Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp) e Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).

 

Reportagem: Carolina Fioratti e Natasha Pinelli
Fotos: Renato Rodrigues/Comunicação Butantan e Sonia de Andrade Chudzinski/Arquivo pessoal