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Uma conquista que é um passaporte: estudante é aprovado na Unicamp com certificado de ouro da Olimpíada Brasileira de Biologia

Paraense foi aprovado para cursar Engenharia Ambiental na Universidade Estadual de Campinas no modelo olímpico


Publicado em: 29/03/2022

Já pensou em ser aprovado em uma das universidades mais concorridas e tradicionais do país sem passar pelo processo seletivo tradicional? Um brasileiro sentiu o sabor dessa conquista graças ao certificado de ouro da Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB), organizada todos os anos pelo Instituto Butantan. 

O paraense Allan Garcia, de 17 anos, foi aprovado em Engenharia Ambiental na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), na modalidade olímpica, que funciona como uma espécie de cota. Allan apresentou o certificado de ouro da OBB, da qual participou em 2021, na 17ª edição. 

“O sentimento de ter sido aprovado na modalidade olímpica foi bem bacana porque aqui no meu estado não é uma tradição. Olímpiadas no Pará é algo que está começando a engatinhar, está sendo construído agora. Um resultado como esse, de onde venho, não é uma realidade, e ser aprovado em uma universidade concorrida é uma sensação muito boa”, afirmou o estudante.

Allan é fã de programação e dinossauros. Inclusive, a paleontologia aflorou seu interesse por biologia. Atualmente, se dedica por prazer ao estudo de bioinformática, genética, cladística (método de análise das ligações evolutivas entre grupos de seres vivos) e evolução. "Normalmente, a paleontologia faz parte de coisas que as crianças se interessam e, durante a adolescência e vida adulta, perdem o interesse. Para mim, estudar sobre isso, acompanhar as notícias e ter esse tipo de relação com a nossa história evolutiva é lazer”, afirma.

Durante o preparatório para a olimpíada, Allan utilizava os conteúdos de biologia que aprendia durante a aula e reforçava os estudos com materiais disponíveis na internet. Além disso, o colégio em que estudava tinha um grupo de estudos específico para a OBB. Toda a dedicação trouxe a honraria máxima na competição.

“A aprovação em uma das melhores universidades públicas do Brasil, sem prestar o tradicional vestibular, mostra a transformação do ingresso ao ensino universitário via olimpíadas científicas. Isso nos gratifica e alegra! É muito importante que projetos sociais como a OBB contribuam para o desenvolvimento dos nossos jovens na ciência”, ressalta a coordenadora nacional da OBB, a pesquisadora do Instituto Butantan Sônia de Andrade Chudzinski.

Além da Unicamp, Allan foi aprovado por meio do tradicional vestibular, em outras instituições de ensino: Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade do Estado do Pará (UEPA) para cursar Medicina; e na Universidade de São Paulo (USP), em Ciências da Computação. O estudante já definiu seu destino acadêmico e profissional. “Realmente sou muito fã de computação, então decidi que vou cursar Ciências da Computação na USP. Devido à OBB, conheci Flavio Lichtenstein, que é bioinformata no Butantan. Quando vi que existia uma área que mexia com computação e biologia, mandei um e-mail para ele”, finaliza.

O Instituto Butantan valoriza, apoia e se orgulha de histórias como a do jovem Allan. Há 121 anos, andamos lado a lado com a ciência a favor da vida dos brasileiros.