Um estudo publicado nesta segunda (7/2) na revista Vaccines mostrou que quem toma a CoronaVac, vacina do Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac, tem 83% menos chance de ter reações adversas do que pessoas que recebem vacinas de RNA mensageiro (mRNA). O trabalho foi conduzido entre fevereiro e julho de 2021 por pesquisadores da Universidade de Hong Kong, da Universidade de Londres, do Departamento de Saúde governamental e do Parque de Ciência e Tecnologia, ambos de Hong Kong.
“A análise ajustada sugere que, em comparação com a Comirnaty [nome oficial da vacina da Pfizer], a CoronaVac está associada a 83% menos chance de causar qualquer reação adversa e 76% menos de chance de reações adversas sistêmicas”, descreveu o estudo.
Os cientistas recrutaram 1.129 indivíduos que receberam a CoronaVac, com idade média de 46 anos, e 969 pessoas que tomaram a vacina de mRNA da Pfizer, com idade média de 43 anos. Os voluntários foram acompanhados durante 14 dias após cada dose, período no qual responderam a um questionário sobre reações adversas causadas pela vacinação.
Durante o acompanhamento, 82,7% dos participantes que tomaram o imunizante da Pfizer reportaram eventos adversos, enquanto 48,1% dos vacinados com a CoronaVac relataram alguma reação. Os sintomas mais comuns após primeira e segunda dose para ambos os imunizantes foram dor e inchaço no local da injeção, fadiga, dor muscular e dor de cabeça. O gráfico abaixo compara a porcentagem de reações entre as duas vacinas.
Segurança da CoronaVac já foi comprovada por outros estudos
A pesquisa corrobora os achados de outros trabalhos já publicados, como ensaios clínicos da Turquia e da China, que demonstraram que a CoronaVac pode causar eventos adversos em apenas 18,9% a 33% dos indivíduos, apresentando um alto perfil de segurança.
Enquanto estudo clínico de fase 3 da vacina Comirnaty demostrou que aproximadamente 80% dos voluntários apresentaram reações adversas após terem tomado o imunizante.
Segundo os cientistas, estudos já mostraram que a reatogenicidade é um dos fatores que influenciam a decisão da população sobre se vacinar ou não. Pesquisas que esclareçam os possíveis efeitos adversos e atestem a segurança das vacinas são importantes para aumentar a confiança nos imunizantes.