Um estudo da Turquia publicado na revista Vaccine no dia 18/3 voltou a mostrar que, em pessoas que nunca tiveram Covid-19, a CoronaVac induz uma proteção maior do que a observada em quem só teve a infecção e não foi vacinado. Além disso, indivíduos com infecção prévia que tomam CoronaVac multiplicam a sua quantidade de anticorpos. O trabalho reforça a importância da imunização e se soma a outros estudos que já mostraram que a infecção natural não é suficiente para produzir resposta imune duradoura, já que a vacina induz uma proteção superior à provocada somente pela doença.
Conduzida na Faculdade de Medicina da Universidade de Marmara, em Istambul, a pesquisa incluiu 224 profissionais de saúde, divididos em quatro grupos: 75 voluntários sem histórico de Covid-19 que foram vacinados com CoronaVac; 53 que foram imunizados após terem tido a infecção; 60 com infecção prévia que não se vacinaram; e 36 que tiveram Covid-19 após a vacinação.
Todos os participantes do estudo apresentaram soroconversão (produção de anticorpos), sendo que os níveis de anticorpos IgG foram mais altos naqueles que tomaram a vacina após terem tido a doença (620 BAU/mL) e nos vacinados sem infecção prévia (136 BAU/mL), em comparação com aqueles que só tiveram a infecção e não foram imunizados.
O grupo com maior produção de anticorpos foi o de quem teve Covid-19 após a vacinação, com 6.146 BAU/mL, demonstrando que a vacina ativa a memória imunológica e potencializa a resposta do organismo contra a infecção. No entanto, esses dados não foram comparados estatisticamente porque o intervalo entre a segunda dose da vacina até a amostragem de sangue não correspondeu aos intervalos dos outros grupos.
“Os profissionais de saúde que receberam duas doses de CoronaVac antes e depois da infecção natural por SARS-CoV-2 tiveram uma resposta de anticorpos significativamente maior, comprovando a importância de um ‘terceiro contato’ com o vírus, ou seja, uma dose de reforço”, apontam os autores.
A superioridade das vacinas em relação a infecções naturais é algo amplamente comprovado pela ciência. Um estudo recente feito na China mostrou que pessoas que tomaram CoronaVac e foram infectadas pela delta estão protegidas contra a ômicron, ao contrário de quem teve a doença e não se vacinou. Outra pesquisa conduzida na Turquia também demonstrou que indivíduos previamente infectados que foram vacinados com CoronaVac apresentam aumento no nível de anticorpos.
Somente a vacinação protege contra hospitalizações e mortes
Por ser uma vacina de vírus inativado, a CoronaVac “mimetiza” a infecção sem causar a doença. E como os estudos de efetividade feitos no mundo têm comprovado, a CoronaVac protege mais de 90% contra hospitalizações e mortes. Saiba mais sobre os benefícios da vacina do Butantan no Dossiê CoronaVac.
*Este texto é uma colaboração do jornalista científico Peter Moon para o portal do Butantan