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Pacientes com doença renal crônica vacinados com CoronaVac desenvolvem resposta imune semelhante à de pessoas saudáveis


Publicado em: 21/12/2021

Uma pesquisa publicada na revista Infectious Diseases and Therapy mostrou que a CoronaVac induz resposta imune em indivíduos com doença renal crônica em estágio terminal, com taxa de produção de anticorpos em 88% dos pacientes. Esse público é mais suscetível a desenvolver a forma grave da Covid-19, correndo alto risco de morbidade e mortalidade, por isso sua imunização deve ser priorizada. O trabalho foi realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade Mahidol, em Bancoc, Tailândia.

Participaram do estudo 60 pacientes com doença renal crônica em estágio terminal (sendo 31 pacientes em hemodiálise e 29 em diálise peritoneal) com idades entre 18 e 59 anos, que permaneceram estáveis ​​por mais de um mês em suas prescrições de diálise, e um grupo controle com 30 indivíduos saudáveis.

Todos os voluntários receberam duas doses da CoronaVac com quatro semanas de intervalo. Duas semanas após a imunização com a segunda dose, foi detectada taxa de soroconversão de anticorpos IgG de 50 UA/mL ou mais em 53 dos 60 pacientes (88%) e em 100% dos controles.

Anticorpos neutralizantes foram detectados em 58% dos indivíduos com doença renal crônica. Além disso, a proporção de pacientes com resposta de células T específicas para a proteína Spike foi comparável aos controles (82% vs. 77%).

Os pesquisadores concluíram que “pacientes com doença renal crônica em estágio terminal podem desenvolver respostas imunes mediadas por células específicas para SARS-CoV-2 semelhantes em comparação com controles saudáveis, embora respostas imunes humorais subótimas tenham sido observadas após a vacinação”.

Além disso, os autores apontam que uma vacina de vírus inativado como a CoronaVac pode ter a vantagem de gerar uma resposta imune mais abrangente, comparada a outras plataformas vacinais cujo foco é apenas a proteína Spike.

Idade avançada, alto nível de ferritina e baixa contagem absoluta de linfócitos foram fatores independentemente associados a respostas imunológicas humorais mais fracas em alguns pacientes. Os cientistas afirmam que uma dose de reforço pode ser considerada para esses casos.