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Rede de plasma convalescente criada pelo Butantan já envolve 14 municípios no combate à Covid-19


Publicado em: 13/08/2021

A rede de municípios para o uso do plasma convalescente no tratamento de pacientes com Covid-19, organizada pelo Instituto Butantan, se expandiu a ponto de envolver mais 12 municípios. Iniciada em Santos e Araraquara, a iniciativa gerencia a coleta de plasma convalescente, doado nos hemocentros parceiros por pessoas curadas de Covid-19, e o distribui entre pacientes sintomáticos da doença, contribuindo para seu tratamento. Até agora, já foram entregues mais de 500 bolsas de plasma para os municípios participantes.

Passaram a integrar a rede nos últimos meses as cidades de Batatais, Boituva, Capão Bonito, Indaiatuba, Itapetininga, Itu, Jaú, Laranjal Paulista, Matão, Osasco, São Roque e Taquaritinga. O Butantan pretende expandir o projeto para outros municípios. Gestores públicos interessados devem buscar o instituto no e-mail plasma.convalescente@butantan.gov.br.

De acordo com o decreto Nº 62.766, de agosto de 2017, o Butantan é responsável pela gestão do plasma dentro da hemorrede. O instituto faz a intermediação com as cidades interessadas em usar o plasma no tratamento de seus pacientes e transporta as bolsas até os hospitais onde elas serão usadas. Os municípios são independentes para organizar a distribuição do material. 

 

O plasma convalescente é rico em anticorpos e funciona como uma vacina instantânea: assim que o corpo o recebe, os anticorpos já começam a agir. É um tratamento simples que ajuda o paciente a enfrentar o vírus SARS-CoV-2 antes da infecção se agravar no organismo. “O plasma vem trazendo bons resultados no tratamento do Covid-19. Ele é rico em anticorpos, que já vêm prontos, mas sobrevivem por pouco tempo no organismo. Por isso, o plasma não mantém o nível de anticorpos elevado por um longo período, como é o caso da vacina ou do paciente que se convalesceu da doença e se curou”, explica a enfermeira Vizleide Alves Vieira, que atua com plasma humano no Núcleo de Biotecnologia do Butantan. A vacina continua sendo a forma mais eficaz de combate à doença. “A vacina faz você criar anticorpos e mantê-los”, completa Vizleide.

O plasma convalescente é indicado para pessoas que estão apresentando sintomas de Covid-19 há no máximo 72 horas. “Hoje, tem pesquisas que falam que se o plasma convalescente for administrado em até 48 horas após a apresentação dos sintomas o resultado será melhor ainda. Então quanto mais precoce entrar com o tratamento do plasma, melhor”, diz Vizleide. Por ser um processo ambulatorial, o paciente com diagnóstico positivo de Covid-19 é encaminhado para o local da transfusão e, quando esta finaliza, é liberado para ir embora.

A coleta de plasma convalescente é feita por sangue total e por aférese - quando é recolhido apenas o plasma. Ela segue os mesmo requisitos que as doações de sangue, com a diferença de que é necessário já ter tido contato com o SARS-CoV-2. Para doar plasma, é preciso estar em boas condições de saúde, ter entre 18 e 69 anos, pesar no mínimo 50 kg, evitar alimentação gordurosa antes da doação e apresentar documento original com foto. Após a doação, o sangue é fracionado em três partes (plaquetas, plasma e hemácias) e doado para os pacientes que precisam dos hemoderivados.

Consulte a lista de hemocentros onde é possível doar plasma convalescente aqui.