Portal do Butantan

CoronaVac é necessária na vacinação de crianças para conter a pandemia, afirma Dimas Covas em entrevista

O presidente do Butantan relembrou que o imunizante do instituto é o mais aplicado do mundo em adultos e crianças


Publicado em: 18/01/2022

Na noite desta segunda (17), o presidente do Butantan, Dimas Covas, concedeu uma entrevista à CNN Brasil para marcar o aniversário do início da vacinação contra a Covid-19 no Brasil com a CoronaVac, vacina do instituto e da Sinovac, e voltou a defender a utilização do imunizante para crianças e adolescentes. Na conversa de 21 minutos ele respondeu às perguntas dos jornalistas da emissora, explicou o status do pedido de aprovação para uso da CoronaVac em crianças e adolescentes junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e relembrou os principais desafios da vacina durante este ano.

“Esta é uma vacina necessária nesse momento. À medida que você completa a vacinação dos adultos, você tem que estender também para a população de crianças e adolescentes para poder conter a pandemia”, explicou Dimas, ressaltando também o orgulho do Butantan de ter trazido ao Brasil a CoronaVac e, assim, permitido o início da campanha de imunização contra a Covid-19 em janeiro de 2021. “A vacina contribuiu na fase mais dura da pandemia, principalmente na população de idosos e pessoas que trabalhavam no setor de saúde.”

O presidente do Butantan relembrou que o imunizante do instituto é o mais usado do mundo, tanto em adultos quanto em crianças, sendo responsável por 30% da vacinação mundial, com a aplicação em 2,6 bilhões de pessoas.

 

Dossiê tem dados de vacinação de 211 milhões de crianças

As informações enviadas à Anvisa e que baseiam o pedido de autorização para uso emergencial na população pediátrica incluem um dossiê de segurança com os dados de 211 milhões de crianças e adolescentes que receberam a CoronaVac na China e os dados de efetividade da vacinação com o imunizante no Chile, onde ele já foi aplicado em mais de 1,5 milhão de crianças e adolescentes.

“Essa é a vacina mais segura dentre todas as que estão em uso simplesmente pelo fato de que ela é baseada na tecnologia de vírus inativado, então ela não traz risco biológico para quem a recebe”, explicou o presidente do Butantan. “É uma vacina altamente eficiente, que reduz substancialmente óbitos, internações, casos graves e sintomas em relação à infecção pelo SARS-CoV-2.”

Por ser uma vacina de vírus inativado, a CoronaVac contém o microrganismo inteiro em sua composição e, dessa forma, causa uma resposta mais ampla às variantes do ponto de vista da resposta imunológica. Além disso, vacinas inativadas são mais acessíveis, porque podem ser facilmente transportadas, afirmou Dimas durante a entrevista.

Ao falar sobre os desafios desse um ano, o presidente do Butantan elencou como principal lição a importância fundamental das vacinas. O professor e médico lembrou que a imunização foi questionada e discutida, enfrentou movimentos antivacina e antiCoronaVac, inclusive de autoridades, com repercussões graves para o combate à pandemia.

“Poderíamos ter combatido a pandemia de forma mais rápida, porque todas as vacinas mostraram serem efetivas no combate à Covid-19”, ressaltou ele, lembrando que quando completou a entrega das 100 milhões de doses ao Ministério da Saúde em setembro, o Butantan já estava apto a fornecer mais vacinas, oferecimento que foi recusado pelo governo."Vacina não se rejeita, não se rotula. Tem que usar à medida que está disponível."