A cascavel (Crotalus durissus) é uma cobra robusta, que pode atingir mais de 1,50 m de comprimento, e possui uma forma muito particular de se defender de predadores e outros animais. Na ponta de sua cauda, a cascavel possui um guizo (chocalho) que, ao ser agitado, provoca um som inconfundível, mandando um claro recado a todos ao redor: “Se afaste, eu sou a cascavel e sou perigosa”.
A sabedoria popular afirma que é possível adivinhar a idade da serpente através da contagem dos anéis que formam o guizo – cada anel equivaleria a um ano de vida da cobra. Entretanto, essa informação não é correta: os anéis são formados a cada troca de pele da serpente, e a frequência dessas trocas varia não só conforme a idade, mas também de acordo com a disposição de alimento, fatores ambientais, entre outros.
Cascavéis jovens têm maiores taxas de crescimento, trocando mais vezes de pele – da mesma forma, cascavéis que se alimentam mais frequentemente também crescem mais rápido, trocando mais vezes de pele e atingindo um tamanho maior de guizo. Além disso, essa estrutura é formada por queratina e pode eventualmente se quebrar, voltando a crescer conforme novas mudas de pele vão ocorrendo.
A Crotalus durissus é a única espécie de cascavel encontrada no Brasil, sendo comum nas áreas abertas de todas as regiões brasileiras. Ela prefere campos abertos, com vegetação rasteira, como áreas de Cerrado, Caatinga etc. Além disso, pode ser encontrada em certos tipos de plantação (como café e cana-de-açúcar) e em pastagens.
A cascavel tem hábitos terrestres, noturnos e se alimenta de pequenos mamíferos, em especial roedores, mas também pode predar aves e lagartos. Ela tem uma coloração que varia entre o castanho e o acinzentado e é ornamentada com linhas e manchas dorsolaterais em formato de losangos - ou diamantes. Suas cores facilitam com que ela se esconda em meio a ambientes áridos.
Na época de acasalamento, os machos disputam a fêmea por meio de um ritual que se assemelha a uma dança, chamada dança-combate. Os machos ficam emparelhados (às vezes entrelaçados) e tentam abaixar a cabeça do seu oponente através de movimentos do corpo, enquanto tentam manter a sua cabeça mais erguida. Nesse tipo de disputa, geralmente, os animais não se picam nem se ferem. O macho que conseguir manter a sua cabeça mais elevada do que a do oponente ganha e, assim, tenta cortejar a fêmea. O acasalamento ocorre entre o outono e o inverno, e a fêmea dá a luz entre o final do verão e início do outono, com uma média de 14 filhotes por gestação.
A cascavel é responsável por cerca de 10% dos acidentes com cobras no Brasil. Ela possui um veneno bastante tóxico, atacando os músculos e o sistema nervoso. A picada pode causar a sensação de formigamento ou dor no local, geralmente sem lesão ou inchaço muito evidente. O paciente pode apresentar dificuldade de manter os olhos abertos, visão turva ou dupla, dificuldade de fala, dores musculares generalizadas e urina escura. É muito importante que o acidentado por cascavel procure atendimento médico o mais rápido possível para que receba o tratamento com o soro antiofídico específico (anticrotálico).
CASCAVEL
Espécie: Crotalus durissus, da ordem Squamata e da família Viperidae
Onde habita: regiões abertas dos diversos biomas brasileiros
Características físicas: pode chegar a mais de 1,50 m, possui chocalho no final da cauda, coloração castanha ou acinzentada ornamentada com linhas formando desenhos dorsolaterais, em formato de losango – ou diamante
Alimentação: pequenos mamíferos
Reprodução: reprodução vivípara