A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo aprovou Projeto de Lei para que o Instituto Butantan, órgão ligado à Secretaria de Estado da Saúde, incorpore o laboratório farmacêutico público oficial do Estado de São Paulo, Fundação para o Remédio Popular “Chopin Tavares de Lima” (FURP), com objetivo de fortalecer a inovação e a diversificação de medicamentos, aumentando a oferta para o SUS. No novo modelo, os colaboradores da atual FURP (Fundação para o Remédio Popular) deverão ser mantidos assim como as fábricas de Guarulhos e Américo Brasiliense.
A incorporação permitirá o aumento do portfólio de medicamentos nos próximos anos, incluindo aqueles com maior exigência de tecnologia e mais críticos ao SUS. A FURP, que já chegou a produzir aproximadamente 80 tipos de medicamentos, hoje oferta apenas 30 produtos. Dos novos produtos que a FURP planeja incorporar de maneira gradativa e planejada com a integração ao Instituto Butantan, 35 são previstos para os próximos cinco anos, incluindo quatro projetos de PDP (Programa de Desenvolvimento Produtivo), aprovados pelo Ministério da Saúde em 2025 para doenças raras e oncológicos, além de parcerias bilaterais com empresas privadas para transferência de tecnologia.
Outros serão de médio e longo prazo de implementação, com caráter mais estratégico e agrupados em novas ou tradicionais plataformas: oncológicos, antirretrovirais, doenças raras, doenças negligenciadas, sistema nervoso central etc., além de tecnologias injetáveis, alguns ainda protegidos por patentes que expirarão nos próximos anos.

Reconhecida como a farmacêutica pública do estado de São Paulo, a FURP já teve em sua cartela de clientes cerca de 600 municípios paulistas, hoje, conta com apenas cerca de 30 cidades como clientes regulares. A mudança permitirá que a farmacêutica volte a atender de novo e gradativamente cada vez mais cidades do Estado de São Paulo e do Brasil.
A medida também permitirá levar pesquisa, inovação e desenvolvimento de produtos, bastante significativos no Instituto Butantan, cada vez mais para a FURP, abrindo o caminho para descoberta e desenvolvimento de novos produtos, inclusive com inovação nacional.
A transição entra agora em fase final de planejamento, que já vinha sendo estudado pela Secretaria de Estado da Saúde e pelas duas instituições. Com a mudança, o Instituto Butantan consolida seu papel estratégico na produção de vacinas, soros e medicamentos para o atendimento da população através do SUS, se fortalecendo como um polo de inovação farmacêutico.
“Será um grande passo para o Instituto Butantan, que vem fortalecendo cada vez mais seu papel central na promoção da saúde da população de São Paulo e de todo o Brasil, através da produção de vacinas, soros e medicamentos. Vamos somar a enorme experiência da FURP e seu parque produtivo com todo o conhecimento e capacidade do Instituto Butantan nas mais diferentes frentes, como pesquisa, inovação e produção. É um projeto que vem sendo cuidadosamente elaborado nos últimos dois anos”, afirma Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan.

Com unidades em Guarulhos e Américo Brasiliense, atualmente a FURP produz cerca de 400 milhões de unidades farmacêuticas por ano, mas dispõe de capacidade instalada para alcançar até 3 bilhões de unidades anuais. Seu portfólio inclui medicamentos para diferentes áreas terapêuticas, como HIV/AIDS, saúde mental, Alzheimer, antibióticos e imunossupressores.
Já o Instituto Butantan, maior produtor de soros e vacinas da América Latina, produz as vacinas da gripe (Influenza), hepatite A e B, HPV, raiva e dTpa, 12 tipos de soros e anticorpos monoclonais, como o Adalimumabe. Em 2024, foram entregues ao Ministério da Saúde mais de 120 milhões de doses de vacinas, 659 mil frascos de soros e 522 mil seringas de Adalimumabe.



