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Dose de reforço da CoronaVac pode neutralizar variantes de preocupação, indica estudo

Terceira dose da vacina de vírus inativado do Butantan também induz uma rápida resposta das células T de memória


Publicado em: 15/02/2022

Dados de uma pesquisa divulgada em carta ao editor na revista Emerging Microbes & Infections mostraram que a terceira dose da CoronaVac protege não só contra a cepa original do SARS-CoV-2, mas também contra as variantes alfa, beta e delta. Além disso, a memória das células T pode ser despertada rapidamente após a dose de reforço, caso o indivíduo entre em contato com o vírus. Publicado em novembro, o estudo foi conduzido por cientistas chineses do Instituto de Biomedicina da Academia Chinesa de Ciências Médicas.

Os pesquisadores avaliaram a capacidade de proteção contra as variantes alfa, beta e delta em amostras de sangue de 53 pacientes vacinados com a CoronaVac e de 12 modelos animais, decorridos 14 dias após a dose de reforço – administrada oito meses depois da segunda dose.

A taxa de soroconversão excedeu 90% e os anticorpos presentes nos soros foram capazes de neutralizar as variantes, apesar de terem diminuído até 5,6 vezes contra essas cepas em relação à original.

Em etapa anterior da pesquisa, seis dos 53 voluntários tiveram amostras coletadas aos cinco, sete e 14 dias após a dose de reforço, para a detecção de anticorpos IgG, anticorpos neutralizantes e resposta de células T de memória contra a cepa original do SARS-CoV-2.

Os anticorpos IgG e os anticorpos neutralizantes aumentaram gradualmente após cinco dias e a taxa de soroconversão atingiu 100% em 14 dias. A resposta de células T também se mostrou rápida.

“Os achados indicam que, embora os anticorpos neutralizantes diminuam com o tempo após duas doses, a resposta de anticorpos pode ser despertada rapidamente com a terceira dose e a memória imunológica das células T ainda está ativa”, informam os autores.

Os cientistas acrescentam que é essencial continuar analisando a persistência da imunidade e a efetividade da dose de reforço das vacinas, conduzindo ensaios clínicos de longo prazo.