O tombamento dos prédios abriu caminho para sua conservação e proteção e garantiu que eles não fossem descaracterizados nem modificados. A iniciativa demonstra a importância do conjunto arquitetônico e valoriza a trajetória do instituto em todos os seus 120 anos.
O prédio mais antigo do Instituto Butantan é uma homenagem ao médico sanitarista que foi seu fundador e primeiro diretor. Inaugurado em 1914 com o nome de Edifício Vital Brazil, foi um dos primeiros laboratórios usados por Vital para pesquisar e desenvolver seus soros e vacinas. Rebatizado em 2014 e atualmente conhecido como Prédio da Biblioteca ou Prédio Central, abriga a Biblioteca do Butantan, com importante acervo especializado de mais de 15 mil obras, e o Centro de Memória, além de laboratórios de pesquisa.
As obras do edifício foram iniciadas em 1910 e terminaram em 1913, seguindo o projeto do engenheiro e arquiteto Mauro Álvaro de Souza Camargo. Sua construção faz parte de um movimento do começo do século XX por meio do qual foram construídas obras imponentes e sofisticadas para sediar as instituições científicas que se afirmavam no país.
Possui características arquitetônicas que remetem ao estilo Sezession, estrutura imponente, vidros nas portas e janelas gravadas com o então logotipo do instituto e acabamento de ladrilhos hidráulicos trazidos da Alemanha para compor o piso. Na sua inauguração estiveram presentes diversas autoridades governamentais e científicas, como membros do Instituto Pasteur e da Faculdade de Medicina e Cirurgia (atual Faculdade de Medicina da USP).
Desenvolvido conforme os desejos de Vital Brazil, o prédio serviu como estopim para a ampliação de pesquisas e produções científicas. Em seu interior, foram gerados alguns dos primeiros soros antipestosos e antiofídicos do instituto. Sua construção serviu para afirmar a presença e importância do Butantan como instituição de investigação científica.
Nos seus primeiros anos, abrigou laboratórios, sala de visitação e demonstração no térreo; biblioteca, administração e secretaria no andar superior; e um depósito de materiais no sótão. Ao longo das décadas, foi sede de diversos tipos de laboratórios, como o de bioquímica e o de farmacologia, e também setores administrativos como o Núcleo de Documentação, que faz parte do Centro de Desenvolvimento Cultural.
Imagens: Acervo Instituto Butantan/Centro de Memória
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