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Hepatite aguda em crianças não tem relação com vacinas contra Covid-19, diz OMS

Mais de 200 casos foram reportados em 20 países; doença acomete sobretudo menores e pode exigir transplante


Publicado em: 06/05/2022

Nas últimas semanas, centenas de casos de hepatite aguda grave de origem desconhecida foram reportados em crianças em ao menos 20 países, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). O órgão investiga uma possível relação da infecção com um tipo de adenovírus, mas descarta a associação da doença com a vacina contra Covid-19.

Mais de 200 casos foram relatados no mundo, a grande maioria em países europeus, e outros 50 casos estão sob investigação, informou nesta semana o porta-voz da OMS Tarik Jasarevic.

Até 29/4, foram notificados casos no Reino Unido e Irlanda do Norte (163), Espanha (13), Israel (12), Estados Unidos (9), Dinamarca (6), Irlanda (< 5), Holanda (4), Itália (4), Noruega (2), França (2), Romênia (1) e Bélgica (1) – a maioria em crianças de um mês a 16 anos, com uma morte relatada. Dezessete crianças (aproximadamente 10%) necessitaram de transplante de fígado.

Mais recentemente, o governo da Argentina confirmou o primeiro caso da hepatite grave de origem desconhecida em uma criança de oito anos, da cidade de Rosário, na província de Santa Fé. No Brasil, o Ministério da Saúde está investigando ao menos sete casos, ainda sem confirmação.

Sem relação com as vacinas

A Agência Nacional de Saúde do Reino Unido (UKHSA na sigla em inglês), que notificou os primeiros casos da doença, informou que dos 163 casos identificados até 3/5, a maioria de menores de cinco anos, 91 tiveram adenovírus detectado (72%) e 11 tiveram que fazer transplante de fígado. Mas nenhuma morte foi confirmada. 

Apesar de algumas vacinas contra a Covid-19 serem de vetores virais, com a utilização de adenovírus inativados, a OMS e a UKHSA descartaram qualquer relação da doença com a imunização contra Covid-19. Vale ressaltar que a CoronaVac, vacina d