Reportagem: Gabriela Ribeiro
Fotos: Renato Rodrigues e José Felipe Batista
Já estão abertas as inscrições para a XXI Olimpíada Brasileira de Biologia (OBB), organizada desde 2017 pelo Instituto Butantan com o apoio do Ministério da Educação e do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. Diferente das edições anteriores, quando os professores inscreviam seus alunos do Ensino Médio, em 2025 são as escolas públicas e privadas que serão responsáveis pela candidatura de seus estudantes.
Para efetivar a inscrição, a escola deve acessar o site oficial da Olimpíada. Em caso de dúvidas, há orientações disponíveis na aba tutoriais. As candidaturas poderão ser realizadas até as 23h59 do dia 27/2 (horário de Brasília).
A OBB inclui a realização de três provas, eliminatórias e com graus crescentes de dificuldade, que são aplicadas na própria escola com a ajuda de professores parceiros. Seu objetivo é promover o ensino, o estudo e a pesquisa na área de Biologia, despertando o interesse dos jovens pela disciplina por meio da curiosidade, do pensamento crítico e da capacidade de resolver problemas. Além disso, os estudantes mais bem colocados podem participar de olimpíadas internacionais de biologia e até mesmo usar seus resultados, se forem medalhistas, para conquistar uma vaga na universidade. Em 2024, a iniciativa atraiu mais de 163 mil inscritos, o maior número de participantes desde sua criação.
“Há uma expectativa muito grande de que em 2025 a OBB quebre o recorde de inscrições de 2024. Isso se deve ao grande alcance que as olimpíadas científicas têm atingido, muito em consequência dos programas de vagas olímpicas adotados por universidades públicas estaduais e federais. Os medalhistas ingressam nas universidades em cursos como Medicina e Biologia, aplicando suas certificações olímpicas, sem a necessidade de prestar o tradicional vestibular”, conta a pesquisadora científica do Instituto Butantan e coordenadora da OBB, Sonia de Andrade Chudzinski.
Entre as universidades que oferecem as chamadas vagas olímpicas estão a Universidade de São Paulo (USP), Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” (UNESP), Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), a Universidade Federal do ABC, a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) e Universidade Federal de Itajubá, em Minas Gerais.
Os estudantes que obtiveram as 25 melhores classificações na fase final da competição recebem um certificado de ouro; os que ficaram entre 26º e 75º lugar recebem um de prata; e os colocados entre a 76ª e 175ª posição recebem o certificado de bronze. Há ainda homenagens especiais, como o Prêmio Menina da Olimpíada e o Prêmio Escola Pública, para incentivar a participação feminina e de estudantes de escolas públicas.
“Espero que a OBB atraia mais e mais jovens para a Biologia e área correlacionadas e que o estudante, ao participar da OBB, fique ainda mais curioso em relação à matéria. Não apenas em sua forma teórica, mas na Biologia que está 'fora da sala de aula', aquela que permeia nosso dia a dia e que se aplica na prevenção a doenças, nos programas de vacinação ou na solução de questões como o tratamento de doenças esquecidas”, destaca a pesquisadora.
Como vai funcionar a OBB em 2025?
A edição da OBB deste ano trará mudanças. Para garantir uma maior participação dos estudantes, as fases serão nomeadas como 1, 2 e 3, e não mais 1, 2A e 2B, como anteriormente. A primeira etapa será composta por 25 questões de múltipla escolha, a segunda por 30 questões e a terceira terá 25 questões com sentenças para serem julgadas como verdadeiro ou falso.
Os estudantes mais bem colocados na fase 3 participarão de uma capacitação, que inclui atividades práticas e teóricas em laboratórios do Butantan, com o suporte didático de pesquisadores, educadores e pós-graduandos da instituição. A formação, que abrange diversas áreas da Biologia: ciências biomédicas, ecologia, sistemática e microbiologia, tem como objetivo preparar e selecionar os jovens para participar das olimpíadas internacionais de biologia de 2025.
Os quatro estudantes que tiverem o melhor desempenho na capacitação irão participar da 36ª Olimpíada Internacional de Biologia (IBO), que ocorrerá em julho, nas Filipinas. Já os estudantes que obtiverem as colocações do 5º ao 8º lugar irão participar da 18ª Olimpíada Ibero-americana de Biologia (OIAB), que será realizada na Colômbia, no mês de setembro.
Em 2024, na 35ª IBO, a delegação brasileira alcançou o melhor resultado entre os países ibero-americanos, conquistando duas medalhas de prata e uma de bronze. No mesmo ano, o Brasil obteve duas medalhas de ouro e duas de prata na 17ª OIAB.
Novidades
Neste ano, o número de vagas para a capacitação no Butantan subiu de 16 para 20: serão selecionados os 12 estudantes com as maiores pontuações na classificação geral na Olimpíada Brasileira de Biologia; os 4 estudantes melhores classificados entre as escolas públicas; e os 4 estudantes melhores classificados entre os estudantes do 2º ano do Ensino Médio que não estejam entre os melhores da classificação geral. “Nossa ideia é proporcionar cada vez mais o conhecimento prático em Biologia para um número maior de jovens”, ressalta Sonia.
Além disso, a capacitação será dividida em duas etapas. Na fase inicial, o aluno participará de aulas assíncronas online na plataforma virtual da OBB. Na segunda etapa, que será majoritariamente presencial, nos laboratórios didáticos do Butantan, serão ministradas aulas teóricas e práticas de Biologia, baseadas em exames internacionais, e sob a condução de educadores e pesquisadores do Instituto Butantan.