Uma revisão sistemática publicada na plataforma MedRxiv mostrou que mais de 25% das crianças e adolescentes infectados pelo SARS-CoV-2 desenvolvem a Covid-19 longa, ou seja, continuam apresentando um ou mais sintomas mesmo após mais de um mês da infecção. O estudo foi conduzido por universidades dos Estados Unidos, México e Suécia.
Os pesquisadores revisaram 68 artigos sobre Covid-19 longa em crianças e adolescentes, e incluíram na análise 21 trabalhos com dados de 80.071 indivíduos acometidos pela doença. Foram identificados mais de 40 efeitos de longo prazo associados à Covid-19 na população pediátrica.
A prevalência da Covid-19 longa foi de 25,2% – entre as crianças hospitalizadas, a porcentagem chegou a 29,2%. As manifestações mais comuns foram sintomas de humor, como tensão, ansiedade e depressão (16,5%), fadiga (9,6%), distúrbios do sono (8,4%), dor de cabeça (7,8%), problemas respiratórios (7,6%) e sintomas cognitivos, como falta de concentração, confusão e perda de memória (6,2%).
Em comparação aos controles, as crianças infectadas pelo SARS-CoV-2 tinham um risco mais alto de desenvolver falta de ar, perda de paladar, perda de olfato e febre. O grupo controle incluiu dados de crianças com outras infecções, como resfriado e gastroenterite, crianças com testes de anticorpos negativos contra a Covid-19 e crianças sintomáticas que testaram negativo.
“Essas meta-análises fornecem uma visão geral da ampla sintomatologia da Covid-19 longa no público infantil, o que pode ajudar a melhorar o gerenciamento de programas de reabilitação e o desenvolvimento de diretrizes e terapias para a condição”, dizem os autores no artigo.
Semelhante aos adultos, algumas características na população pediátrica foram consideradas fatores de risco para o desenvolvimento de Covid-19 longa: id