Um estudo brasileiro sobre o perfil imunológico da CoronaVac em profissionais de saúde mostrou que a vacina proporciona uma ampla resposta imunológica, que inclui linfócitos T, linfócitos B, monócitos, formação de memória e produção de anticorpos. A ampla resposta é facilitada pela tecnologia usada no imunizante, a de vírus inativado. O trabalho foi publicado nos Anais da Academia Brasileira de Ciências e conduzido na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Participaram da pesquisa 50 profissionais de saúde do Hospital das Clínicas da UFPE, que trabalharam durante a pandemia e foram vacinados com duas doses de CoronaVac. Não foram observadas reações adversas graves. Amostras de sangue foram coletadas 15 dias após a primeira e a segunda doses para investigar detalhadamente os parâmetros de resposta imune.
Os voluntários apresentaram aumento substancial no número de células do sistema imune, tanto para linfócitos quanto para monócitos. Em particular, o aumento de monócitos e ativação do macrófago M1 observados no estudo revelam um achado importante para a proteção da mucosa, para a ação antiviral e para o mecanismo de apresentação de antígenos na Covid-19.
De acordo com os autores, a resposta imunológica foi equilibrada, mostrando ativação de linfócitos de memória já na primeira dose. “Os resultados indicam que a CoronaVac potencializou a resposta imune por meio do aumento do perfil imunológico, associado a uma resposta de linfócitos T, linfócitos B, monócitos, formação de memória e produção de imunoglobulinas.”
Essa resposta imune completa acontece porque a CoronaVac é uma vacina que contém o SARS-CoV-2 inteiro, inativado, sendo capaz de apresentar diferentes antígenos ao sistema imune e ajudando-o a combater a doença em diversas frentes.
CoronaVac é comprovadamente segura para todas as idades
A segurança e a eficiência da CoronaVac já foram demonstradas em dezenas de estudos feitos em todo o mundo, com diferentes faixas etárias. Um estudo recente do Chile, por exemplo, apontou que a CoronaVac é a vacina com a menor taxa de eventos adversos entre os imunizantes contra Covid-19 disponíveis para crianças e adolescentes no país. A vacina do Butantan demonstrou apenas 10,67 notificações a cada 100 mil doses aplicadas.
No Brasil, a CoronaVac vem sendo aplicada em adultos e idosos desde janeiro de 2021 e foi a primeira vacina contra a Covid-19 a ser disponibilizada para a população. Em janeiro de 2022[CM1] , a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou o uso do imunizante para crianças e adolescentes de 6 a 17 anos. Mais recentemente, em julho, a vacina foi autorizada para a faixa etária de 3 a 5 anos.
Este texto é uma colaboração do jornalista científico Peter Moon para o portal do Butantan
