A história de Vera Lúcia de Moraes Torres, 71 anos, como colaboradora do Butantan começa em 1974, mas sua relação com o instituto vem de berço: ela verdadeiramente nasceu nas dependências da instituição. A família de Vera era uma das que moravam nas chamadas “casinhas” do Butantan, famosas por abrigar funcionários de diversas áreas e diretores do instituto na época.
Foi em 1926 que a história da família Moraes se cruzou pela primeira vez com a do Butantan. Aos 20 anos, Miguel Pereira de Moraes, avô de Vera, foi admitido como carroceiro do instituto. Anos mais tarde, o pai de Vera se tornou motorista da instituição; a mãe trabalhou no escritório da diretoria e o sogro dela se tornou serpentarista – profissional que trabalha no manejo das serpentes. Outros tios, primos, cunhados também foram colaboradores, até que chegou a vez de Vera.
“Até hoje tenho sobrinhos que trabalham aqui; meu filho trabalhou por 17 anos na Fundação Butantan. Tenho muito orgulho de fazer parte da equipe do Butantan”, diz a auxiliar de serviços do Laboratório de Ecologia e Evolução.
Quando criança, Vera se lembra de percorrer as imensas matas do Butantan se encantando com a beleza da flora e fauna do parque. “Vi isso aqui crescer. Eu tenho muitas recordações de quando corria por aqui colhendo galhos de árvores”, conta.
Hoje, a funcionária se surpreende com a modernização do Butantan, que se tornou um belo parque, repleto de museus e de laboratórios, além de um polo industrial com fábricas produtoras de vacinas, soros e outros imunobiológicos.
“Houve muitas mudanças, construíram prédios, e os laboratórios mudaram muito porque naquela época era tudo manual”, relembra.
Com quase meio século de trajetória no Butantan, Vera destaca o que se tornou mais valioso para ela no instituto. “O que mais me marcou em todos estes anos foi os amigos que eu ganhei aqui, fiz muitos. É um lugar maravilhoso.”
No projeto História dos Trabalhadores do Instituto Butantan, conduzido pelo Centro de Memória, conheça outros colaboradores que dedicaram anos de suas vidas ao Butantan e integram o legado do instituto: