Butantan recebeu o prêmio da ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e do presidente do CNPq, Ricardo Galvão

A cerimônia de premiação ocorreu no domingo (7) e contou com a presença do vice-diretor do Instituto Butantan, Rui Curi, que recebeu o troféu das mãos da ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, e do presidente do CNPq, Ricardo Galvão. Estiveram presentes a gerente de Comunicação do Butantan, Bianca Poli, a coordenadora de Eventos, Giordana Mucciolo, e o coordenador de Audiovisual, Rafael Simões. O presidente da SBPC, Renato Janine Ribeiro, também acompanhou o evento.

Durante a celebração, Rui Curi agradeceu ao CNPq pelo prêmio que, segundo ele, serve de grande estímulo para o trabalho feito diariamente no Instituto. “A história do Butantan começou com Vital Brazil, que era um divulgador científico, e o que fazemos hoje é continuar a sua missão iniciada em 1901”, afirmou ele.
 

O vice-diretor do Instituto Butantan, Rui Curi, falou sobre a tradição do Butantan na divulgação científica

Para Ricardo Galvão, a contribuição do Instituto para a saúde pública passa pela divulgação e combate à desinformação, além da produção de soros e vacinas. “O Butantan é um instituto que nós conhecemos pela qualidade de sua ciência e pela qualidade da comunicação científica, que é muito importante para lutarmos contra o negacionismo”, apontou.

O presidente do CNPq também compartilhou como conheceu a relevância do trabalho do Instituto, ainda na infância. “Meu avô capturou uma jararaca que havia picado um dos bezerros do seu sítio e, em vez de matá-la, enviou-a ao Butantan. Foi então que ele me explicou sobre a importância de preservar as cobras, para a natureza e para a produção de soros, e eu jamais me esqueci”. Anos depois, o próprio pesquisador contribuiu para ampliar a coleção herpetológica do Butantan, tendo encaminhado ao Instituto um total de sete serpentes ao longo de 10 anos.
 

Ricardo Galvão, presidente do CNPq, parabenizou o Butantan por suas atividades de popularização da ciência
 

Seguindo a programação da Reunião Anual da SBPC, o Butantan teve a oportunidade de ministrar uma palestra na terça (9) sobre seu trabalho de divulgação científica. A apresentação mostrou desde as primeiras ações promovidas por Vital Brazil, como a demonstração da extração de veneno das cobras, até os conteúdos atuais nos portais e redes sociais e atividades promovidas pelo Parque da Ciência.

“Foi uma honra poder mostrar o que o Butantan faz, não só de produção de conhecimento e de imunobiológicos, mas também de divulgação científica, ensino e desmistificação da ciência, fazendo com que ela seja de fácil compreensão para toda a população”, comentou Rui.
 

Comunicação multiplataforma

A comunicação do Butantan com o público é diversa e permeia diferentes meios. O digital, por meio de seus sites e redes sociais, com produção diária de conteúdo sobre ciência e saúde, e o presencial, com exposições e atividades interativas promovidas pelos museus do Parque da Ciência, alcançando a população dentro e fora do perímetro do Instituto.

Sua atuação durante a pandemia de Covid-19, por exemplo, foi destaque no combate às fake news sobre saúde e na popularização da ciência. Uma das iniciativas reconhecidas pelo prêmio foi o LabMóvel, laboratório itinerante que percorreu 30 mil quilômetros no estado de São Paulo, ajudando municípios a diagnosticar a doença e permitindo que a população acompanhasse, ao vivo, o trabalho dos cientistas.

Veja aqui os demais cases de divulgação científica apresentados pelo Butantan
 

O Labmóvel, laboratório itinerante do Butantan, levou a ciência para perto da população durante a pandemia

Sobre o prêmio

Instituído em 1978, o Prêmio José Reis é uma homenagem ao médico, pesquisador, jornalista e educador José Reis, que aliou sua carreira de pesquisador ao trabalho de divulgar a ciência de modo didático para a população brasileira por meio da imprensa. Em sistema de rodízio, o reconhecimento é concedido a pesquisadores, jornalistas de ciência e tecnologia, e instituições e veículos de comunicação.

Os candidatos foram avaliados por uma comissão julgadora designada pela Diretoria de Cooperação Institucional, Internacional e Inovação (DCOI) do CNPq e composta por representantes da Academia Brasileira de Ciências (ABC), da Associação Brasileira de Editores Científicos (ABEC), da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) e da comunidade científica e tecnológica.
 

Reportagem: Aline Tavares

Fotos: Rafael de Andrade/CNPq e Luara Baggi/ASCOM/MCTI