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Moscas cosmopolitas: como as mutucas impactam em nossa vida

Esse inseto pode transmitir diversas doenças ao ser humano, como antraz e tularemia, por meio de sua picada


Publicado em: 21/06/2022

Conhecido popularmente como mutuca ou botuca, a mosca cosmopolita da espécie Fidena sp. é um dos insetos mais presentes no nosso dia a dia. Apesar de ser encontrada em maior número nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, ela tem diversas irmãs com grandes semelhanças espalhadas em outras regiões do país.

Assim como espécies conhecidas de mosquitos, a Fidena sp. tem alimentação diferente entre machos e fêmeas. Os machos adultos alimentam-se de néctar das flores e as fêmeas necessitam da proteína presente no sangue animal para maturar seus ovos. 

Essa diferenciação também se aplica às larvas. Após o rompimento dos ovos em ambiente aquático ou semiaquático, as larvas têm hábitos, em sua maioria, carnívoros, e alimentam-se de pequenos invertebrados presentes na água.

Como outros insetos, a mosca cosmopolita pode transmitir diversas doenças ao ser humano pela sua picada – antraz, tularemia, anaplasmose e febre são algumas delas. Essas doenças são causadas pelas bactérias, protozoários, vermes e vírus que parasitam o inseto.

Com o corpo mais arredondado e tom amarelo chamativo, a mutuca destoa dos mosquitos mais conhecidos. Ela possui pernas longas e desproporcionais ao corpo. Além disso, o tamanho dos olhos pode variar e, geralmente, ocupa boa parte do  espaço da cabeça. Seu bico sugador também não é igual em todos os espécimes: em alguns indivíduos pode ser maior ou menor.

 

MOSCA Fidena sp.

Espécie: mosca Fidena sp. da ordem Diptera, da família Tabanidae e do gênero Fidena

Onde habita: Sul e Sudeste do Brasil, em particular no Paraná e em São Paulo

Características físicas: corpo arredondado, pernas alongadas e coloração amarelo vibrante; bico sugador de tamanhos variados

Alimentação: néctar de plantas (machos) e sangue animal (fêmeas)

 

*Fotografia de Pedro Cattony, tecnologista no Laboratório Estratégico de Diagnóstico Molecular do Instituto Butantan, em parceria com os fotógrafos Guilherme Correia e Paulo César, que fizeram o registro no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo