É no friozinho da geladeira do posto de saúde, mais precisamente nos frascos de vacina, que vive o ícone da imunização, Zé Gotinha.
Amigo da galera, ele é leve como uma bolha de sabão e, à primeira vista, não aparenta nenhum tipo de força física, mas é sagaz e muito inteligente. Dentro de suas formas simplificadas de gota, carrega um concentrado poderoso de energias do bem que são capazes de combater mais de 20 doenças.
Ele também pode flutuar e, com a ajuda dos profissionais de saúde de todo o país, consegue até atravessar paredes – isso sem fazer nenhum tipo de mágica, só colocando em prática o que há de melhor e mais novo no universo científico!
Criança recebe a vacina em gotas, que inspirou o célebre personagem Zé Gotinha
Afinal, é por meio das vacinas que o Zé Gotinha transfere não apenas às crianças, mas também aos idosos e adultos, todas as manhas para acabar de vez com os inúmeros vírus e bactérias que afetam negativamente nossa saúde.
Depois que a picadinha acontece, ele não tem tempo a perder. Rapidinho, Zé Gotinha chega ao chamado sistema imunológico, onde replica junto às células sua receita infalível de proteção. São três passos básicos: reconhecer, neutralizar e destruir os agentes invasores.
É como se cada pessoa vacinada tivesse ao seu redor um campo de força muito difícil de ser “furado” por um vírus ou bactéria. O melhor é que, quando a maioria da população está em dia com as picadinhas, esse tipo de escudo aumenta e fica ainda mais potente, protegendo as cidades, os estados e o país como um todo.
Dessa forma, até quem, por algum motivo, não pode tomar vacina, também fica protegido!
Zé Gotinha cumprimenta crianças em Dia D da Vacinação
Garoto, ou melhor, gotinha-propaganda
Criado no ano de 1986 pelo artista plástico Darlan Rosa, a pedido do Ministério da Saúde, o personagem foi sucesso absoluto nas décadas de 1990, 2000 e 2010, estrelando na televisão as propaganda das Campanhas Nacionais de Vacinação, e estampando cartazes, jogos de tabuleiro, calendários e até uma revista em quadrinhos.
A história, que mostrava a luta do personagem para proteger o pequeno Pedrinho da invasão do vírus da poliomielite, também deu origem ao curta-metragem Zé Gotinha Contra o Perna de Pau, que pode ser visto no vídeo abaixo. Dê o play:
Sem falar na possibilidade de encontrá-lo “pessoalmente”. Durante os chamados Dias D de Vacinação, milhões de pessoas iam até os postos de saúde receber a sua vacina e, de quebra, também podiam ganhar um carinhoso abraço do nosso símbolo da imunização.
Com a maioria da população protegida, em 1989 o vírus da pólio sumiu do mapa no Brasil e, desde então, nunca mais voltou. Mas o trabalho do Zé Gotinha não parou: ele foi figura-chave no controle do sarampo, do tétano, da difteria e da coqueluche. Experimente perguntar aos seus pais ou cuidadores sobre essas doenças: muito provavelmente eles não tiveram e nem conhecem ninguém que sofreu algum desses problemas, mas com certeza vão se lembrar do simpático personagem.
Até 2015, o Brasil era exemplo mundial no quesito vacinação, mas infelizmente, nos últimos anos o país não bateu as metas de cobertura de suas principais vacinas, diminuindo a potência daquele importante escudo de proteção. Há três meses do final do ano, nossas taxas de imunização mostram que ainda tem muita gente precisando tomar vacina.
E você, está em dia com essa importante missão? Caso tenha dúvidas, converse com seus responsáveis e, junto com eles, compareça ao postinho mais próximo da sua casa para colocar a caderneta de vacinação em dia e fortalecer o nosso querido Zé Gotinha. Depois, não deixe de compartilhar essa ideia!
Versão atual do Zé Gotinha em campanha feita pelo Ministério da Saúde
Reportagem: Natasha Pinelli
Fotos: Erasmo Salomão e Ricardo Stuckert
Vídeo: Reprodução