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CoronaVac induz produção de anticorpos na saliva e resposta imune celular, diz estudo da USP

Anticorpos IgG contra a proteína S foram detectados em 77% das amostras salivares de vacinados com a CoronaVac


Publicado em: 29/06/2022

Um estudo realizado no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HC-FMUSP) identificou elevada produção de anticorpos contra a cepa original do SARS-CoV-2 e contra as variantes delta e gama na saliva e em amostras sorológicas de indivíduos imunizados com a CoronaVac, além de resposta imune celular. O trabalho foi conduzido por pesquisadores da Faculdade de Medicina e do Instituto de Ciências Biomédicas da USP.

Participaram do estudo 115 indivíduos de 20 a 48 anos, sendo 102 profissionais da saúde vacinados com CoronaVac – 22 com histórico de Covid-19 e 80 que nunca tiveram a doença –, e 13 controles não vacinados e sem infecção prévia pelo SARS-CoV-2.

Os pesquisadores encontraram anticorpos tanto em amostras sorológicas (sangue) como em amostras de saliva dos vacinados. No soro, anticorpos IgG e anticorpos neutralizantes foram identificados em 92% e 70% dos indivíduos sem infecção prévia, respectivamente. Na saliva, anticorpos IgG foram encontrados em 77% das amostras dos imunizados sem infecção prévia, e em 95% dos vacinados que já tiveram Covid-19.

Em relação às variantes, 41% dos participantes produziram anticorpos neutralizantes contra a gama, enquanto 34% produziram contra a delta.

Além dos anticorpos, a CoronaVac induziu resposta imune celular de linfócitos T, que também atuam no combate ao vírus através da produção de citocinas ou eliminando células infectadas. Outro estudo recente feito em Hong Kong mostrou que o imunizante induz resposta celular em mais de 80% dos indivíduos.

O trabalho da USP evidencia que a CoronaVac é capaz de induzir a produção de anticorpos específicos de soro e saliva, atividade neutralizante e resposta imune celular. “Além disso, indivíduos previamente infectados por Covid-19 apresentaram uma resposta aumentada para todas as variáveis investigadas em comparação com indivíduos vacinados não infectados”, afirmam os autores.

 

*Este texto é uma colaboração do jornalista científico Peter Moon para o portal do Butantan