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CoronaVac protegeu crianças a partir de 3 anos durante surto da ômicron em Xangai, mostra estudo chinês

Mesmo com a circulação da variante, vacina reduziu a chance de desenvolver sintomas e protegeu contra infecção grave


Publicado em: 12/05/2022

Um estudo chinês realizado em março, durante o surto da variante ômicron do SARS-CoV-2 em Xangai, mostrou mais uma vez que a CoronaVac é segura e protege crianças contra a Covid-19. Entre as crianças infectadas que manifestaram sintomas, mais de 70% ainda não tinham se vacinado, o que reforça a importância da imunização para prevenir desfechos mais graves. O artigo foi publicado na plataforma de preprints MedRxiv e conduzido por infectologistas do Hospital Pediátrico da Universidade Fudan, em Xangai.

Participaram da pesquisa 376 crianças e adolescentes com até 17 anos (média de 5 anos), que chegaram a ser atendidas no hospital da universidade chinesa. Deste grupo, 250 ainda não haviam se vacinado, 110 haviam tomado duas doses da CoronaVac e 16 haviam recebido apenas uma dose.

A análise mostrou que, dos 257 casos sintomáticos, 75% eram de crianças não vacinadas. A infecção sintomática foi mais frequente no grupo com idade menor que 3 anos (90/104), seguido do grupo de 3 a 5 anos (65/94) – apenas 5,3% das crianças nessa faixa etária haviam completado a imunização. Já entre as crianças de 6 a 17 anos, 59% estava vacinada, o que conferiu maior proteção para esse público.

A conclusão dos especialistas é que a alta cobertura vacinal contra a Covid-19, mesmo durante o surto da ômicron, reduziu o risco de uma infecção grave no público pediátrico. “A vacinação em massa das crianças de 3 a 17 anos começou em agosto de 2021. Mais de 70% das crianças nessa faixa etária já haviam sido vacinadas com as duas doses até o final de março de 2022.”

Eles acrescentam que intervenções não farmacológicas, como uso de máscara em lugares fechados e higienização das mãos, combinadas com estratégias de vacinação, são críticas para prevenir a infecção e a doença grave e para mitigar a transmissão do SARS-CoV-2 na população pediátrica.

Os resultados da pesquisa reafirmam a eficácia do uso da CoronaVac em crianças a partir dos 3 anos, o que já havia sido comprovado por um amplo estudo conduzido no Chile. ​​O trabalho feito com 500 mil crianças que tomaram CoronaVac durante o surto da ômicron demonstrou que a vacina do Butantan e da Sinovac tem efetividade de 69% contra internação em Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e 64,6% contra hospitalização pela Covid-19.

 

*Este texto é uma colaboração do jornalista científico Peter Moon para o portal do Butantan