“Este laboratório assumiu a função de trabalhar entre a pesquisa básica e a produção. Aqui, desenvolvemos novos produtos ou modificamos processos que já existiam para aperfeiçoar o rendimento e a qualidade deles”. É assim que a química Luciana Cezar de Cerqueira Leite define a missão do Laboratório Especial de Desenvolvimento de Vacinas (antigo Centro de Biotecnologia), que é conduzido por ela desde seu início, em 2016.
Junto com uma equipe de aproximadamente 50 colaboradores, entre estudantes e pesquisadores, são desenvolvidos importantes projetos de pesquisa relacionados a doenças como coqueluche, pneumonia, meningite, leptospirose, esquistossomose (mais conhecida como barriga d’água) e tuberculose, além de câncer de bexiga.
Confira a entrevista que o Butantan Notícias fez com a diretora do laboratório e conheça mais sobre o trabalho realizado por ela e sua equipe.
Butantan Notícias – O que é o Laboratório Especial de Desenvolvimento de Vacinas e qual a sua função?
Luciana Leite – Existe uma linha contínua entre pesquisa básica (que não necessariamente gera um produto), aplicada e o desenvolvimento de novos produtos (inovação). O Laboratório Especial de Desenvolvimento de Vacinas atua nesta linha, tendo como foco fazer pesquisa básica, mas sempre com um olhar do que pode ser aproveitado como produto para saúde pública, identificando novos produtos ou desenvolvendo processos para escalonamento destes, aperfeiçoando sua qualidade e rendimento.
Butantan Notícias – Quando o Laboratório foi criado?
Luciana Leite – O Centro de Biotecnologia, atuou durante mais de 30 anos no IB e o Laboratório Especial de Desenvolvimento de Vacinas derivou de uma restruturação dele. Fui diretora do Centro de Biotecnologia por cinco anos, até a criação do Laboratório Especial de Desenvolvimento de Vacinas em 2016, onde atuo hoje.
Butantan Notícias – Quantos colaboradores trabalham no Laboratório?
Luciana Leite – Ao todo somos cerca de 50 pessoas. Além dos pesquisadores e colaboradores das diferentes áreas do laboratório, trabalhamos com muitos estudantes de iniciação científica, mestrado, doutorado e pós-doutorado.
Butantan Notícias – Quais são as áreas e projetos nos quais vocês atuam?
Luciana Leite – O Laboratório atua em diferentes áreas, como a biotecnologia molecular, imunobiotecnologia (incluindo a conjugação) e bioprocessos, entre outros. Os projetos são diversos, pois cada grande projeto possui subdivisões, sendo os principais em Pertusiss (coqueluche), Leptospira (leptospirose), Pneumococo (pneumonia e meningite), Hemofilus (meningite), Schistosoma, tuberculose e câncer de bexiga.
Butantan Notícias – Conte-nos uma curiosidade sobre esses projetos.
Luciana Leite – Dentro de cada área há um projeto muito interessante, temos dois Projetos Temáticos da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), que é um apoio ao pesquisador para propostas com objetivos ousados, de até cinco anos de duração, um na área de Leptospira e outro na área de BCG recombinante. São projetos mais encorpados, para investigação de doenças importantes. Outros projetos bastante importantes são os de desenvolvimento de vacinas de Pneumococco e de Hemófilos, em que tivemos o apoio da Fundação Gates/PATH (EUA) e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
Butantan Notícias – Para você, qual a importância deste Laboratório para o Butantan?
Luciana Leite – Nós trabalhamos com a missão de identificar e desenvolver produtos que sejam importantes para a saúde pública, levando-os em direção à sua produção para a população e essa é a missão do Instituto.
(por Fernanda Ribeiro)