A imunização da população pediátrica contra o vírus SARS-CoV-2 deve ser promovida o quanto antes no Brasil na avaliação do médico Gustavo Volpe, diretor técnico do Hospital Estadual de Serrana e um dos coordenadores do Projeto S, estudo de efetividade da vacina CoronaVac realizado pelo Butantan em Serrana, no interior de São Paulo.
Em mesa redonda realizada no CoronVac Symposium, o médico avaliou que os dados coletados no interior paulista mostraram que a cada faixa etária vacinada foi observada uma maior suscetibilidade das pessoas mais jovens, não imunizadas, em contrair o novo coronavírus. “Os estudos do Chile e da China são sólidos para verificar a segurança da vacinação em crianças. Tem que começar a promover o quanto antes”, disse Volpe. Ele ressaltou outro motivo para vacinar esse público: as crianças pequenas têm dificuldade para seguir as medidas sanitárias, como usar álcool gel e máscara.
A coordenadora do Plano Estadual de Imunizações (PEI) de São Paulo, Regiane Cardoso de Paula, compartilha da mesma opinião. “Essa é uma expectativa do PEI e dos pais, avós e responsáveis. Quanto mais faixas imunizadas, menor a circulação do vírus”, disse a imunologista. “Estamos perdendo oportunidade se não vacinarmos essa faixa etária.” A China foi o primeiro país a vacinar a população pediátrica, de três a 11 anos. Chile, Equador, Indonésia, Camboja e Colômbia também autorizaram a imunização com CoronaVac em crianças.
Outro dado animador abordado durante a mesa redonda foi que em Serrana a CoronaVac trouxe o mesmo grau de eficácia tanto na população acima de 60 anos quanto nos mais jovens. Na avaliação de Gustavo Volpe, os resultados satisfatórios se devem à aceitação da população local em ser imunizada, que ficou bem acima do esperado. “’Não observamos problema também na terceira dose. A CoronaVac foi muito bem aceita, com ampla cobertura vacinal”, disse o pesquisador.
Essas e outras informações podem ser conferidas até quinta (9) no CoronaVac Symposium, das 8h às 11h (horário de Brasília). À tarde, às 15h, haverá novas mesas redondas reunindo os principais pesquisadores do Butantan e grandes nomes da divulgação científica nacional para comentar e repercutir os principais temas abordados nas sessões da manhã.
O evento internacional online tem transmissão ao vivo, com tradução simultânea e conta com o trabalho de uma ampla equipe do Instituto Butantan para organizar e divulgar notícias em tempo real.
Consulte a programação do primeiro dia do CoronaVac Symposium