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Baixa cobertura da vacina da gripe em 2021 e desinformação influenciaram o surto no Brasil

Meta de vacinação da campanha nacional de imunização não foi alcançada; mitos sobre a vacina dificultam adesão


Publicado em: 14/01/2022

Nas últimas semanas, casos de infecção pelo H3N2, um subtipo do vírus influenza A, se espalharam pelo Brasil e já se tornam epidêmicos em vários estados, com aumento de casos e hospitalizações. Um dos motivos que explica esse crescimento é a baixa cobertura vacinal contra a gripe, que atingiu 72,1% do público-alvo, quando a meta era ter 90% de cada população prioritária vacinada. O outro é a falta de compreensão de que o imunizante atua, sobretudo, na prevenção contra internações e morte.

No Brasil, a campanha de vacinação contra a influenza começou em abril de 2021 e se estendeu até setembro diante da baixa adesão. Dos grupos prioritários da campanha de vacinação contra influenza de 2021 (crianças, trabalhadores na saúde, gestantes, puérperas, indígenas e idosos), 39,41 milhões de pessoas se vacinaram, quando o esperado era imunizar 55,3 milhões. Já entre toda a população alvo, 67,98 milhões tomaram a vacina, ante os 79,7 milhões esperados para atingir a meta. Os dados são do Sistema de Informação do Programa Nacional de Imunizações (SIPNI), do Ministério da Saúde

Ainda segundo o sistema, nenhum dos grupos prioritários bateu a meta de vacinar 90% de sua população contra a influenza em 2021. Entre as puérperas, houve 80,4% de adesão; entre indígenas 77,5%; gestantes somaram 75,5%; crianças atingiram 74,5%; trabalhadores da saúde totalizaram 66,7%; e idosos alcançaram 69,3%.

Desinformação sobre a vacina e adoção de medidas de segurança

Segundo o diretor do Laboratório Multipropósito do Instituto Butantan, Renato Astray, ainda existem mitos em relação à vacina contra a influenza. “Há um equívoco comum em pensar que a pessoa toma a vacina e, se ficou gripada, é por que a vacina não funciona. A realidade é que a vacina tem o benefício principal de proteger contra as formas graves da doença, proteger a vida das pessoas”, ressalta.

Há ainda muitas dúvidas se a vacina do Butantan, distribuída em 2021, é eficaz em relação à nova variante da H3N2, conhecida como Darwin. Assim como a vacina da Covid, a vacina da gripe oferece proteção contra a variante que está em circulação, mas o ideal é que as pessoas compareçam aos postos e se vacinem anualmente. “A fábrica do Butantan já está atualizando a vacina da influenza com a nova variante e ela estará disponível para a populaç&ati