O Laboratório de Coleções Zoológicas do Instituto Butantan possui dois exemplares de um inseto bastante peculiar: a mariposa-bruxa (Ascalapha odorata), que figura no imaginário popular como um sinal de morte e azar. Também conhecida como mariposa-negra, bruxa-negra ou somente bruxa, esse bicho é assim chamado por conta de sua coloração escura, dos pequenos padrões desenhados em suas asas e pela superstição de que, caso entre em alguma casa, levará um morador à morte. Nada mais distante da realidade: sua presença é fundamental para a manutenção da diversidade biológica das regiões onde vive.
De acordo com a especialista em Entomologia do Laboratório de Coleções Zoológicas do Butantan, Natália B. Khatourian, as bruxas são essenciais para a conservação da biodiversidade, já que não só servem de alimento para outros bichos, como também ajudam na polinização. “Mariposas, a depender da espécie, acumulam pólen em partes do corpo, como nas asas, e o dispersam durante o voo”, relata.