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Entenda: vacinas disponíveis no SUS contra a Covid-19 têm benefício superior a qualquer possível risco

Boletim do Ministério da Saúde apontou que apenas 0,005% do total de doses aplicadas evoluiu para algum efeito adverso grave; dados confirmam segurança dos imunizantes


Publicado em: 03/07/2023

Passados mais de 2 anos do início da vacinação contra o SARS-CoV-2 e com cerca de 510 milhões de doses aplicadas, o Ministério da Saúde reforça: os quatro imunizantes ofertados pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), entre eles a CoronaVac – produzida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac –, apresentam um excelente perfil de benefício versus risco

Trocando em miúdos, significa que qualquer potencial “risco” de tomar a vacina é significativamente inferior quando comparado às próprias complicações ocasionadas pela infecção por coronavírus. A conclusão consta no Boletim Epidemiológico divulgado em junho pela pasta, com base nos dados de monitoramento de segurança das vacinas contra Covid-19 ofertadas no Brasil entre janeiro de 2021 e março de 2023.

 

A CoronaVac, vacina produzida pelo Butantan em parceria com a farmacêutica Sinovac, foi a primeira contra a Covid-19 a ser aplicada na população brasileira

 

Diante da alta cobertura vacinal, também era esperado um número considerável dos chamados Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação ou Imunização (ESAVI) – foram cerca de 155 mil, sendo 90% dos casos classificados como não graves (98,25 eventos/100 mil doses aplicadas). Segundo o documento, apenas 0,005% do total de doses aplicadas ocasionou eventos adversos graves

Após a revisão dos números por órgãos nacionais e internacionais – entre eles o Comitê Interinstitucional de Farmacovigilância de Vacinas e outros Imunobiológicos (Cifavi) – foi identificado que apenas 50 óbitos tiveram relação causal consistente com a vacinação. O número representa uma morte em cada 10 milhões de doses aplicadas e se refere à totalidade de marcas e tecnologias. Não foi registrado nenhum óbito com associação causal consistente com os imunizantes utilizado entre menores de 18 anos. 

De acordo com publicação do Imperial College London, as campanhas de imunização contra o SARS-CoV-2 no Brasil evitaram de 700 a 880 mil mortes até o final de 2021. Ou seja, para cada óbito com relação consistente à vacinação, entre 43.750 e 55.000 vidas foram salvas pelo imunizante, destacou o Boletim Epidemiológico. 

 

Desde o início das campanhas de vacinação contra a Covid-19, o Butantan já entregou 115 milhões de doses da CoronaVac

 

Vigilância constante

Os dados apresentados na publicação do Ministério da Saúde corroboram a segurança dos imunizantes disponibilizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), que além de diminuir o risco de morte, evitaram o desenvolvimento de possíveis complicações relacionadas à Covid-19 – como trombose, miocardite, síndromes neurológicas e outras – e contribuíram para reduzir o número de internações e contribuíam para a consequente manutenção do sistema público de saúde.

Todas as quatro vacinas utilizadas no Brasil passaram pelas etapas de estudos pré-clínicos e clínicos, receberam a autorização de uso pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e foram sujeitadas a um rígido processo de qualidade encabeçado pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde (INCQS) da Fundação Oswaldo Cruz, responsável pela análise de qualidade dos imunobiológicos adquiridos e distribuídos pelo SUS.

Atualmente, a campanha de imunização contra o novo coronavírus no Brasil abrange toda a população a partir de 6 meses de idade. Em paralelo, os imunobiológicos se encontram em fase de pós-implantação, também chamada fase 4 de ensaios clínicos, quando é realizada a vigilância dos efeitos da vacina após aplicação na população, para identificar possíveis eventos adversos raros e muito raros. 

Desde o início da vacinação contra a Covid-19, o Instituto Butantan já entregou 115 milhões de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde. O imunizante foi o primeiro a chegar aos braços dos brasileiros, em janeiro de 2021.

 

Reportagem: Natasha Pinelli

Fotos: Rafael Simões e Renato Rodrigues/Comunicação Butantan