Portal do Butantan

Mulheres lideraram 67% dos estudos publicados pelo Instituto Butantan nos últimos sete anos

Esse protagonismo feminino supera a média nacional: segundo levantamento da Elsevier-Bori, em 2022 49% da produção científica do Brasil contava com pelo menos uma autora


Publicado em: 21/03/2025

Reportagem: Carolina Fioratti
Fotos: Marília Ruberti, José Felipe Batista e Renato Rodrigues/Comunicação Butantan

 

Dos 1.122 artigos científicos publicados nos últimos sete anos exclusivamente por cientistas do Butantan, 754 têm protagonismo feminino: pesquisadoras, colaboradoras, técnicas ou estudantes vinculadas diretamente à instituição, ou que desenvolvem suas pesquisas em programas de pós-graduação ou iniciação científica nos laboratórios do Instituto, órgão ligado à Secretaria de Saúde (SES) de São Paulo. Em outras palavras: mulheres assinaram 67% dos trabalhos feitos totalmente dentro do Butantan e divulgados em revistas indexadas (associadas a uma base de dados) entre 2018 e 2024.

O levantamento foi realizado pela equipe da Biblioteca Científica do Butantan, com base nos indicadores do Repositório Sapientia, considerando os trabalhos publicados por mulheres vinculadas ao Instituto que atuaram como 1ª autora (realiza os experimentos da pesquisa), autora de correspondência (submete o artigo à revista, responde editores e monitora o trabalho até a sua publicação) ou última autora (coordena a pesquisa que gerou o artigo científico).

Fabíola Rodrigues é tecnologista no Laboratório de Herpetologia

 

Os anos de 2018, 2020 e 2022 são um destaque à parte: as mulheres lideraram mais de 70% das publicações. Os dados revelam que as cientistas do Butantan tiveram uma média anual de 108 publicações por ano em autorias principais, o que corresponde a uma média mensal de 9 publicações nos sete anos analisados. Além disso, o Butantan é alavanca para a nova geração de pesquisadoras: dentre os artigos publicados entre 2018 e 2024, oito foram desenvolvidos por alunas de iniciação científica.

Artigos publicados anualmente pelo Instituto Butantan nos últimos sete anos

 

Esse protagonismo feminino supera os índices nacionais. O relatório Em direção à equidade de gênero na pesquisa no Brasil, lançado pela Elsevier-Bori em março de 2024, mostra que, em 2022, 49% da produção científica do país contava com pelo menos uma autora (não necessariamente em posição de liderança).


Jovens cientistas do Butantan
 

A maior parte das pesquisas publicadas por mulheres no Instituto Butantan são realizadas por pessoas vinculadas ao Centro de Desenvolvimento Científico (CDC) e pelo Centro de Desenvolvimento e Inovação (CDI), respectivamente. Não à toa, ambos possuem liderança feminina.

A pesquisadora científica Sandra Coccuzzo é a diretora do CDC. Entre diversas outras ações, durante a pandemia de Covid-19 Sandra coordenou a Rede de Laboratórios para o Diagnóstico do SARS-CoV-2 e o Lab Móvel, um laboratório itinerante que realizava exames para diagnóstico e sequenciamento genômico do vírus em diversas cidades do interior de São Paulo.
 

Sandra Coccuzzo, diretora do Centro de Desenvolvimento Científico


Já a pesquisadora científica Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, diretora do CDI, está no Butantan desde 1987 e foi responsável por solicitar 14 patentes pelo Instituto, além de integrar a Academia de Ciências Farmacêuticas do Brasil (ACFB). 




Ana Marisa Chudzinski-Tavassi, diretora do Centro de Desenvolvimento e Inovação

Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga. Conteúdo acessível em Libras usando o VLibras Widget com opções dos Avatares Ícaro, Hosana ou Guga.