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Novo site e repositório digital do Centro de Memória do Butantan resgatam o passado da instituição

Com mais de 7 mil documentos históricos disponíveis para consulta gratuita, acervo preserva a memória do instituto


Publicado em: 18/04/2023

Visando preservar a memória do Butantan e incentivar a comunicação com o público, o Centro de Memória do instituto lançou o seu site oficial e o Repositório Digital do Acervo Histórico, plataforma que disponibiliza informações sobre a história da instituição para toda a população. Com 7.200 documentos digitalizados e disponíveis para consulta, como fotografias, ilustrações e textos, o repositório busca ser uma fonte de conhecimento e de valorização da ciência e da saúde pública brasileira.

O Centro de Memória é responsável pela gestão dos acervos museológicos e arquivísticos, pela pesquisa em educação em ciências e pela criação de conteúdos relacionados à história da saúde e do Butantan. No site, o público encontra os projetos de pesquisa e as publicações científicas do centro, além de informações sobre seminários, cursos, oficinas, exposições virtuais e jogos interativos, como um quiz sobre curiosidades da instituição.


Na aba “repositório digital”, é possível fazer a sua própria pesquisa no acervo. “Com essa ferramenta, as pessoas ganham mais autonomia e agilidade em suas buscas. Mas ainda existe a alternativa de fazer consultas presenciais, caso prefiram”, afirma a diretora do Centro de Memória, Suzana Cesar Gouveia Fernandes. Até então, interessados em saber mais sobre a história do instituto precisavam solicitar e agendar uma consulta para que os funcionários do centro realizassem a pesquisa no acervo e, depois, encaminhassem os documentos e fotos ao solicitante. 

O usuário pode fazer a sua consulta gratuita usando os diferentes filtros disponíveis na plataforma, como nome, data, local ou assunto. É possível, por exemplo, clicar no nome de uma pessoa na descrição de uma foto e ver todas as fotos em que ela aparece, ou então acessar os relatórios anuais do Butantan para descobrir as atividades que foram desenvolvidas em cada ano. Por enquanto, o repositório abriga os relatórios de 1901 a 1945, e os demais serão incluídos gradativamente.

Outro recurso é o formulário para contato, onde quem tem alguma informação relacionada à história do Butantan – por exemplo, reconhece uma pessoa que ainda não foi identificada em determinada fotografia – pode enviar sugestões, tirar dúvidas e ajudar a complementar a descrição dos documentos. “A memória é um ponto muito forte da nossa instituição. Todos os documentos que temos hoje foram trazidos por alguém, e essa colaboração é muito importante”, enfatiza a analista de documentação Audrea Santana, uma das coordenadoras do projeto.


Para complementar a navegação pelo repositório digital, a população também pode contar com o Guia dos Acervos Arquivísticos do Butantan, que traz a descrição completa de todos os fundos e coleções, e orientações para facilitar a consulta. Hoje, o acervo possui 500 metros lineares de documentos textuais, 16.800 documentos fotográficos, 1.200 cartográficos, 330 iconográficos e 280 audiovisuais, datados de 1892 a 2021. No ano passado, o Centro de Memória realizou 399 atendimentos, sendo a maioria de forma remota (60,3%), evidenciando a importância de um método de consulta online. 

A criação do repositório digital foi possível após o projeto ser contemplado pelo Edital 2020 “Modernização de museus, arquivos e acervos” do Programa de Ação Cultural (ProAC), em parceria com a Mercúrio Digitalizações. O site está hospedado na plataforma AtoM (Access to Memory), que abriga documentos arquivísticos de diversas instituições, baseada nas normas do Conselho Internacional de Arquivos.

Para desenvolver o projeto inicial, foi necessário selecionar apenas parte do acervo histórico do Butantan. Com o repositório digital em funcionamento, serão incluídos demais documentos históricos sobre outras instituições públicas de saúde, como o Museu de Saúde Pública Emílio Ribas. No total, o acervo possui 16 fundos institucionais e 28 fundos pessoais, nos quais estão representados cientistas, gestores, médicos e demais profissionais da saúde.

 

Reportagem: Aline Tavares

Fotos: Renato Rodrigues/Comunicação Butantan