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Vacinados têm menos risco de desenvolver Covid longa e dose de reforço pode ampliar a proteção, afirma estudo

Revisão mostrou que a vacinação reduz a chance de desenvolver sintomas como fadiga persistente e distúrbios pulmonares


Publicado em: 13/02/2023

Reconhecida como doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em outubro de 2021, a Covid longa consiste na persistência ou desenvolvimento de novos sintomas, como fadiga extrema, falta de ar, dificuldade de concentração e perda de memória, após a infecção pelo SARS-CoV-2. A doença pode durar de meses a anos e atingir qualquer pessoa infectada, independente da gravidade da infecção, inclusive crianças e bebês. Mas uma revisão sistemática publicada na última quarta (8/2) na revista Vaccine mostrou que indivíduos vacinados têm menos risco de desenvolver a Covid longa do que aqueles que não tomaram vacina contra a Covid-19. Os dados reforçam a importância da imunização, que segue em ritmo lento no Brasil, com baixa procura pelas doses de reforço e somente 3,9% dos menores de 5 anos vacinados.

A revisão conduzida por pesquisadores do Japão, Reino Unido e Estados Unidos incluiu seis estudos independentes, totalizando dados de 500 mil pessoas que não tomaram o imunizante e 80 mil vacinados. Os indivíduos imunizados apresentaram menos risco de desenvolver Covid longa e uma menor incidência de sintomas como fadiga persistente e distúrbios pulmonares. Além disso, pessoas que completaram o esquema vacinal de duas doses ficaram mais protegidas contra a condição do que aquelas que receberam apenas uma dose.

Os autores também ressaltam a importância das doses de reforço nesse contexto. “Como muitos artigos demonstraram a eficácia da vacinação em duas doses e reforços adicionais na redução da mortalidade e casos graves, a proteção mais eficaz contra a infecção aguda também pode ser uma medida razoável para evitar as sequelas debilitantes e duradouras”, informa o artigo.

A falta de adesão às doses de reforço pela população brasileira gera preocupação. Segundo o Ministério da Saúde, até o final de 2022, mais de 69 milhões de pessoas ainda não haviam tomado a primeira dose de reforço da vacina contra a Covid-19, enquanto 32,8 milhões que po