Entenda como acontecem as mutações que dão origem a novas variantes do coronavírus
Durante a infecção, o vírus faz cópias de seu RNA; um erro gera uma mutação, que pode mudar suas características
Publicado em:
30/03/2022
A mutação, que altera a estrutura do material genético (DNA ou RNA), é um fenômeno comum em todos os organismos. No ser humano, que tem cerca de três bilhões de pares de bases em seu DNA, uma mutação em um único gene pode ser responsável por doenças como anemia falciforme ou fibrose cística. Já no caso de um vírus como o SARS-CoV-2, cujo RNA tem uma sequência de quase 30 mil bases (alternando entre adenina, guanina, citosina e uracila), as mutações podem alterar a sua transmissibilidade e sua virulência, ou seja, a capacidade de causar uma doença grave. Isso explica por que a variante ômicron, por exemplo, é mais transmissível que as demais cepas.
Mas como ocorrem essas mutações? Durante uma infecção, o vírus precisa se replicar para invadir mais células. Nesse processo, a enzima RNA polimerase sintetiza um novo RNA usando o existente como molde. No entanto, a enzima pode errar e inserir bases diferentes daquelas presentes na sequência original, causando mutações no material genético e dando origem a uma nova variante.
“Cada três bases do RNA codificam um aminoácido, que é o ‘tijolo’ de uma proteína do vírus. Quando há uma mutação, você troca a base do material genético, ou seja, troca o tijolo da proteína. Isso pode mudar a capacidade de infecção do vírus e a capacidade da proteína de ser reconhecida e induzir a formação de anticorpos contra ela, por exemplo”, explica a pesquisadora Maria Carolina Sabbaga, uma das coordenadoras da Rede de Alerta das Variantes e vice-diretora do Centro de Desenvolvimento Científico (CDC) do Butantan.
Veja como ocorre esse processo no infográfico abaixo:
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