ButanVac não vai impactar acordo do Butantan para produção da CoronaVac, garante Dimas Covas
Publicado em:
09/04/2021
A produção e desenvolvimento da nova vacina do Butantan contra a Covid-19, a ButanVac, não vai interferir no acordo do Instituto com a farmacêutica chinesa Sinovac para a fabricação da CoronaVac, vacina contra a mesma doença que, atualmente, é a responsável pela imunização de nove em cada dez brasileiros. A afirmação foi feita pelo presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, em entrevista coletiva nesta quarta (7).
“A ButanVac é uma grande esperança. Ela será produzida, uma vez aprovada pela Anvisa, em uma fábrica que é separada, independente da fábrica que produzirá a Coronavac”, afirmou Dimas. O acordo do Butantan com a Sinovac prevê a produção, até o final do ano, de 100 milhões de doses com Insumo Farmacêutico Ativo (IFA) trazido da China e transferência de tecnologia. Depois disso, a vacina será produzida em uma fábrica que está sendo construída com o auxílio de doações privadas. De acordo com Dimas Covas, o Butantan tem interesse em manter e ampliar sua parceria com a Sinovac, englobando outras vacinas.
A ButanVac, por outro lado, é uma vacina em desenvolvimento por meio de um consórcio internacional que envolve produtores do Vietnã, Tailândia e México (além do Butantan), as universidades norte-americanas Mount Sinai e Universidade do Texas, além de grupos de pesquisa europeus. “É uma versão 2.0 das vacinas para a Covid, aperfeiçoada e que pode se transformar em uma nova alternativa para o enfrentamento da epidemia no mundo”, explicou Dimas. Seu grande diferencial é que ela se utiliza da tecnologia de vacina inativada com base em ovo, a mesma usada na fabricação da vacina da gripe, uma especialidade do Butantan.
Dessa forma, a ButanVac será produzida, se for aprovada pela Anvisa, na plataforma que o Instituto usa para fazer a vacina contra influenza. A vacina contra a gripe é a mais utilizada no mundo e, como a doença é sazonal, as fábricas costumam ficar parte do ano ociosas. “Essa vacina é uma alternativa viável e barata, porque muitos países poderão utilizar as suas fábricas de vacina da influenza para produzi-la”, acrescentou o presidente do Instituto.
No caso do Butantan, esta fábrica – responsável pela maior produção de vacinas da gripe do hemisfério sul, e que produz a cada ano 80 milhões de doses que são encaminhadas ao Programa Nacional de Imunizações (PNI) – estará liberada a partir de maio.
CoronaVac
Até esta quarta (7), quando foram enviadas ao PNI mais 1 milhão de doses da CoronaVac, o Butantan já produziu 38,2 milhões de doses da vacina. Outras 3 milhões de doses estão prontas e esperam liberação do controle de qualidade. Para continuar a produção, o Instituto aguarda os próximos carregamentos de IFA, que devem chegar da China nas próximas semanas.
“Estamos trabalhando a todo vapor para que este cronograma seja mantido e até adiantado”, garantiu Dimas. Se as negociações com a Sinovac para a antecipação da programação ocorrerem conforme o esperado, é possível que o Butantan adiante a entrega do total de 100 milhões de doses contratadas pelo PNI até o final de julho.
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