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Olhar dos especialistas: isolamento do SARS-CoV-2, imunogenicidade, terceira dose e vacinação de quem já teve Covid no segundo dia do CoronaVac Symposium

O segundo painel do simpósio contou com a presença de especialistas de países como: Brasil, China, Turquia e Chile


Publicado em: 08/12/2021

Neste segundo painel do simpósio sobre CoronaVac, foram discutidos os diversos aspectos de imunogenicidade da CoronaVac. A sessão foi coordenada pelo Dr. Renato Mancini Astray, Pesquisador Científico do Instituto Butantan, e pelo Dr. Yiming Shao, do Centro de Controle de Doenças da China.

A primeira palestra foi ministrada pelo Dr. Edison Luiz Durigon, professor de Virologia do Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP e teve como tema “Anticorpos neutralizantes para SARS-CoV-2: a experiência brasileira”. O Dr. Durigon destacou a importância do Laboratório de Virologia NB-3 da USP no isolamento da amostra clínica do primeiro paciente diagnosticado com SARS-CoV-2 no Brasil. O isolamento se deu de forma clássica, pela incubação das amostras clínicas em camadas de células Vero. O vírus isolado e titulado foi distribuído para todos os laboratórios de nível NB-3 do país, permitindo o rápido estabelecimento dos métodos de diagnóstico. O Laboratório também conseguiu padronizar rapidamente o ensaio de neutralização por efeito citopático, conhecido como VNT. Nesse ensaio, o soro a ser testado é diluído de maneira seriada e incubado com quantidades conhecidas do vírus. A mistura de soro e vírus é então transferida para as culturas de células Vero, e o efeito citopático do vírus é avaliado depois de 72 horas. O resultado é reportado como a maior diluição do soro capaz de neutralizar o efeito citopático do vírus. O grupo utilizou o teste VNT para avaliar os anticorpos neutralizantes de indivíduos vacinados com a CoronaVac. Os resultados de duas coortes demonstram que, após a segunda dose, a CoronaVac induz a produção de anticorpos neutralizantes em títulos altos, chegando a até 640, para as cepas Wuhan, P1 (gama), P2 (zeta) e delta. Os títulos atingem um pico entre 30 e 60 dias após a segunda dose, e depois há um decaimento, mas ainda são detectáveis até 5 meses após a vacinação, e a memória imunológica perdura. O acompanhamento de alguns pacientes vacinados que contraíram a doença mostrou claramente que os indivíduos vacinados, mesmo após 6 meses da vacina, têm uma resposta muito rápida à infecção, com aumento abr