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Tecnologia de vírus inativado da CoronaVac é segura e traz menos reações adversas


Publicado em: 14/12/2021

Entre as vacinas contra a Covid-19 em uso no Brasil, aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a CoronaVac é a que causa menos efeitos adversos graças ao fato de ser produzida com o vírus SARS-CoV-2 inativado. É o que mostram diversas pesquisas realizadas no Brasil e no mundo, como o estudo publicado na revista científica Lancet Infectious Diseases que aponta que apenas um terço das pessoas vacinadas com o imunizante do Butantan e da Sinovac tiveram alguma reação e a maioria foi leve, como dor no local da injeção ou fadiga passageira.

Outras pesquisas da Sinovac também revelaram que a dose adicional da CoronaVac, administrada seis meses após a segunda dose, protege sem causar reações adversas significativas. Em um dos estudos, realizado com adultos saudáveis de 18 a 59 anos, houve uma taxa mais baixa de efeitos adversos depois da dose de reforço em comparação ao esquema de duas doses. No segundo estudo, realizado com pessoas de 60 anos ou mais, a dose de reforço também causou apenas reações leves.

A tecnologia de vírus inativado, empregada na CoronaVac, é uma das mais estudadas e seguras do mundo, capaz de desencadear a produção de anticorpos e produzir boa resposta imunológica. De acordo com o diretor de produção do Instituto Butantan, Ricardo Oliveira, a escolha dessa técnica levou em conta a experiência de uso em outros imunizantes. “A vacina com SARS-CoV-2 inativado é segura e traz proteção para as pessoas. Nós utilizamos o vírus inteiro e não só a proteína S, no caso do coranavírus”, explica. “Toda a estrutura do vírus colabora para essa imunização ser a mais completa do ponto de vista de imunogenicidade”, frisa.

Os resultados de eficácia da CoronaVac são muito parecidos aos de outras vacinas produzidas a partir de vírus inativado, como explica o diretor de farmacovigilância do Butantan, Alexander Precioso. “Tanto os dados gerados a partir do controle de qualidade como os estudos clínicos confirmaram um perfil de segurança bastante aceitável e muito semelhante a outros imunizantes já usados na população, como a vacina da gripe”, afirma. “Não houve nenhum evento novo que pudesse ser sinal de alerta.”

O Projeto S, estudo clínico realizado pelo Butantan com a aplicação de 54.882 doses na população adulta do município de Serrana, no interior de São Paulo, apontou que não houve eventos adversos graves relacionados à vacinação. Na primeira dose em Serrana, houve 4,4% de relatos de reações adversas, sendo que apenas 0,02% foram considerados de grau 3 (mialgia e cefaleia). Na segunda dose, foram registrados somente 0,2% de relatos de efeitos, nenhum de grau 3. Não houve casos de trombose associados à vacinação – uma das reações já relatadas em outras vacinas contra a Covid-19.