A iniciativa faz parte do processo de ampliação contínua do acervo histórico em formato digital, que agora receberá periodicamente documentos de fundos e coleções presentes no Guia dos Acervos Arquivísticos do Butantan com o objetivo de compor um hub de informações sobre o Instituto Butantan e outras instituições da Secretaria de Saúde de São Paulo. 

O repositório histórico foi implementado em 2023 com apoio do Edital 2020 “Modernização de museus, arquivos e acervos” do Programa de Ação Cultural (ProAC) da Secretaria de Estado da Cultura, Economia e Indústria Criativas de São Paulo, por meio da plataforma AtoM (Access to Memory), criada pelo Conselho Internacional de Arquivos para abrigar gratuitamente documentos arquivísticos. A atualização é um trabalho permanente do Centro de Memória e do MUSPER: à medida que novos documentos são tratados pelas equipes especializadas do Butantan, são digitalizados e inseridos na plataforma. 

São, até o momento, 8788 registros únicos, que datam de 1893 até meados dos anos 2000. “O nível das descrições permite ao usuário saber quem produziu cada documento, onde ele foi criado e até analisar o contexto de produção. A atualização vai ser constante”, explica o analista de documentação do MUSPER Augusto Silva Lima.

Os usuários podem consultar documentos por data ou aplicar filtros como nome, local, assunto ou formato (imagem ou texto). Além disso, podem buscar por vocabulários que tenham sido utilizados nas páginas, já que foi realizada a padronização dos termos comuns e palavras-chave conforme a Norma Brasileira de Descrição Arquivística (Nobrade). "A partir dos documentos originais conservados, é possível entender o acervo do Instituto Butantan em contextos históricos específicos. O público pode utilizar os filtros para encontrar o que mais lhe interessa", esclarece a analista de documentação do Centro Audrea Santos.

Entre os novos documentos destacam-se os arquivos únicos do Museu Emílio Ribas e registros do Grupo Escolar Rural do Butantan que funcionou entre as décadas de 1930 a 1950 e foi pioneiro na “educação ruralista”, modelo incentivado pelo projeto desenvolvimentista do então presidente Getúlio Vargas. 

Ao todo, o repositório faz a gestão de 46 fundos e coleções – conjuntos de arquivos de um acervo permanente –, sendo 18 acervos institucionais e 28 acervos  pessoais, que resguardam a memória de figuras e instituições marcantes para a história do Butantan.

Acervo do Butantan é referência nacional

Recentemente, o conteúdo do site do Centro de Memória, incluindo o repositório dos acervo históricos, foi reconhecido pelo Fórum Saberes Históricos, composto por associações profissionais e grupos da sociedade civil, como a Associação Nacional de História (Anpuh). Em 2023, a instituição concedeu o Selo Saberes Históricos ao acervo, em reconhecimento à sua contribuição ética e qualificada na divulgação de conhecimento histórico, historiográfico e arquivístico.

O selo reflete o impacto transformador da plataforma, que oferece materiais históricos confiáveis, gratuitos e de fácil acesso.