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CoronaVac produz anticorpos neutralizantes em 97% das pessoas com HIV, mostra estudo chinês

Imunizante não causou efeitos adversos graves e promoveu resposta imune robusta contra o vírus SARS-CoV-2


Publicado em: 31/05/2022

Um estudo feito em Guangzhou, na China, mostrou que a CoronaVac é segura e imunogênica para pessoas com HIV, induzindo produção de anticorpos neutralizantes contra o SARS-CoV-2 em 97% dos pacientes – um número mais alto do que o observado no grupo controle de indivíduos saudáveis. O trabalho foi publicado na revista Journal of Medical Virology e conduzido por pesquisadores da Universidade Médica do Sul da China e do Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Guangzhou.

Participaram do estudo 143 pacientes soropositivos com idade média de 32 anos, sendo 140 mulheres, e outros 50 indivíduos no grupo controle. Todos os voluntários foram imunizados com as vacinas inativadas CoronaVac ou Sinopharm e não foram observadas reações adversas graves em nenhum participante.

Os pesquisadores analisaram a presença de anticorpos neutralizantes específicos para a cepa original de Wuhan e para a variante delta do SARS-CoV-2 em 67 pacientes e 20 controles. Entre os pacientes, 97% produziram anticorpos neutralizantes contra o vírus original e 80,6% contra a delta, enquanto no grupo controle essas taxas foram 90% e 75%, respectivamente. A proporção de anticorpos neutralizantes foi semelhante em ambos os grupos.

“Semelhante ao observado na população geral, os efeitos adversos da vacina inativada contra a Covid-19 em pessoas com HIV foram leves, e as respostas de anticorpos neutralizantes foram robustas naqueles que completaram o esquema de vacinação”, informam os autores.

 

Resultados brasileiros

A pesquisa chinesa reforça o que já foi mostrado em um estudo conduzido na Universidade de São Paulo (USP) e publicado em março na revista The Lancet HIV. O estudo brasileiro mostrou que a CoronaVac é segura e induz produção de anticorpos em mais de 90% dos pacientes com HIV. A pesquisa foi conduzida pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP.

 

*Este texto é uma colaboração do jornalista científico Peter Moon para o portal do Butantan