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Adultos também devem se vacinar: saiba quais vacinas tomar e veja se sua carteirinha está atualizada

Manter a imunização em dia ajuda a prevenir doenças como hepatite B, tétano, influenza e febre amarela, além de proteger quem está ao redor


Publicado em: 25/07/2024

As principais vacinas disponíveis no Sistema Único de Saúde (SUS) são aplicadas ainda na infância para garantir, desde os primeiros meses de vida, a proteção contra doenças como tuberculose, hepatite B, tétano e poliomielite. Mas se engana quem pensa que os adultos não precisam tomar vacina. Seja pela necessidade de reforço ao longo do tempo, ou por ainda não haver determinado imunizante disponível na época de sua infância, o adulto também deve manter a carteira de vacinação em dia.

Historicamente, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) começou suas atividades em 1973 com foco na vacinação das crianças devido à alta mortalidade infantil registrada no Brasil à época. Mas, ao longo do tempo, outros grupos foram sendo contemplados com seus próprios calendários de vacinação. Hoje, o Ministério da Saúde prevê estratégias de imunização para crianças, adolescentes, adultos, idosos e gestantes.

Para adultos, são indicados os imunizantes contra hepatite B, difteria e tétano, febre amarela, influenza e tríplice viral (contra sarampo, caxumba e rubéola). Em alguns casos, como pessoas que vivem com HIV, transplantados e pacientes oncológicos, a vacina contra o HPV pode ser administrada sob prescrição médica.

Em situações de calamidade, como as enchentes ocorridas nos últimos meses no Rio Grande do Sul, outras vacinas podem ser indicadas para evitar surtos comuns após o contato com água contaminada e durante aglomerações em abrigos, como hepatite A, influenza, Covid-19, tétano e raiva.

Veja as indicações de cada vacina na fase adulta e entenda as doenças que elas previnem:
 


Hepatite B

Indicação: tomar três doses, de acordo com o histórico vacinal. A segunda dose deve ser tomada um mês após a primeira, e a terceira dose seis meses após a primeira.

O que previne: a hepatite B é uma infecção viral que acomete o fígado. A doença pode ser aguda, com sintomas como pele e olhos amarelados, urina escura, fadiga, náusea, vômito e dor no abdômen, ou evoluir para a fase crônica, que aumenta o risco de câncer de fígado. As formas mais comuns de transmissão são da mãe para o filho, ou por meio do contato com sangue e fluidos corporais infectados.


Difteria e tétano (dT)

Indicação: tomar três doses, de acordo com o histórico vacinal. Depois, tomar uma dose de reforço a cada 10 anos. Em caso de ferimentos graves, o intervalo é de 5 anos.

O que previne: a difteria é causada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, transmitida por via aérea, e que atinge amígdalas, faringe, laringe e nariz, mas também pode acometer pele e mucosas. Pode haver dificuldade respiratória e inchaço do pescoço. Se não tratada rapidamente, provoca problemas cardíacos, neurológicos e renais.

Já o tétano é uma doença potencialmente fatal, provocada por uma toxina da bactéria Clostridium tetani, que entra no corpo pela contaminação de um ferimento. Causa rigidez nos músculos do corpo todo, dificuldade para abrir a boca e engolir, e espasmos musculares no rosto. Pode gerar complicações como fraturas ósseas e parada respiratória.


 

Febre amarela

Indicação: dose única. Tomar reforço caso tenha recebido a vacina antes de completar 5 anos de idade ou se for viajar para uma região endêmica.

O que previne: a febre amarela é transmitida por mosquitos do gênero Sabethes e Haemagogus, no ciclo silvestre, e pelo Aedes aegypti no meio urbano. Provoca início súbito de febre, dor de cabeça intensa, dor nas costas e no corpo, náuseas, vômitos e fraqueza. Em casos graves, os pacientes podem apresentar icterícia (pele e olhos amarelados), hemorragia e até falência de múltiplos órgãos.


Influenza

Indicação: deve ser tomada todos os anos pelos grupos prioritários. Na fase adulta, esses grupos incluem profissionais de saúde, gestantes, puérperas, professores, pessoas em situação de rua, povos indígenas, pessoas com doenças crônicas, profissionais das forças de segurança e salvamento e das Forças Armadas.

O que previne: a gripe é uma infecção aguda do sistema respiratório, altamente transmissível, que pode provocar doença grave e morte em determinados públicos, como pessoas com doenças crônicas, crianças, gestantes e idosos. Os principais sintomas são febre, tosse, dor de garganta, dor no corpo e dor de cabeça.





Tríplice viral

Indicação: duas doses dos 20 aos 29 anos e uma dose dos 30 aos 59 anos, em pessoas não vacinadas na infância.

O que previne: a tríplice viral protege contra sarampo, caxumba e rubéola. O sarampo é uma doença altamente contagiosa que pode causar pneumonia grave em adultos e inflamação no cérebro em crianças. Os principais sintomas são febre, manchas vermelhas pelo corpo, tosse e irritação nos olhos. 

A caxumba é caracterizada por inchaço e dor nas glândulas salivares, febre, dor de cabeça, fadiga e dor ao mastigar e engolir. Em homens, é comum a inflamação dos testículos e, em mulheres, a inflamação do tecido mamário. Já a rubéola causa febre baixa, inchaço dos gânglios linfáticos, dor no corpo, coriza e manchas vermelhas no corpo.


HPV

Indicação: tomar três doses, com intervalo de dois meses entre a primeira e segunda dose, e seis meses entre a primeira e a terceira. Na rede pública, pode ser aplicada em homens e mulheres de até 45 anos vivendo com HIV, transplantados, pacientes oncológicos e vítimas de violência sexual. Na rede privada, está disponível para todos os adultos de até 45 anos.

O que previne: o papilomavírus humano (HPV) é responsável por quase 100% dos casos de câncer de colo de útero. Também pode causar outros tipos de câncer, como anal, de vulva, de vagina, de pênis e de orofaringe. A infecção é transmitida por meio do contato direto com qualquer região da pele ou mucosa infectada, não só por via sexual.
 

 

Reportagem: Aline Tavares

Fotos: Renato Rodrigues/Comunicação Butantan