A disseminação de fake news e a campanha de descrédito realizada contra a CoronaVac, vacina do Butantan produzida em parceria com a farmacêutica chinesa CoronaVac, pode afetar a imunização dos brasileiros contra a Covid-19 a partir do fortalecimento de grupos antivacina. Essa é a conclusão de um estudo feito pela Rede de Políticas Públicas e Sociedade, grupo formado por mais de 100 cientistas e pesquisadores de instituições brasileiras e estrangeiras, publicado em sua nota técnica 31 com o nome “Covid-19: Políticas Públicas e as Respostas da Sociedade”.
De acordo com o relatório, suas informações “trazem evidências da propagação de menções negativas associadas à vacina CoronaVac que não são baseadas nos dados científicos disponíveis. Elas podem induzir a população geral a recusar o imunizante, além de prejudicar o relacionamento do país com importantes parceiros comerciais e fornecedores de insumos necessários para a fabricação da vacina, como a China.”
Os pesquisadores analisaram conteúdos coletados no Twitter e no Facebook (entre abril de 2020 e março de 2021) compartilhados por diferentes políticos e influenciadores e concluíram que houve uma confluência de narrativas contrárias à CoronaVac e à vacinação em si, incluindo a divulgação de notícias falsas. No período analisado, cerca de 5.203.933 usuários do Twitter fizeram postagens relacionadas à vacina, com a publicação de uma média de 115.642 tweets por semana sobre o imunizante. Também foram analisados dados de opinião pública sobre vacinação disponibilizados pela plataforma PoderData.
O estudo faz um histórico dos principais boatos e fake news que foram veiculados com o objetivo de abalar a credibilidade da CoronaVac, como a alegação de que as vacinas contra a Covid-19 poderiam “alterar o DNA” das pessoas, as insinuações