Projeto S vai entrar na história da saúde pública, diz Dimas Covas
Publicado em:
23/03/2021
“A contribuição do Projeto S vai ficar na História: na história do Butantan, na história do Brasil e na história da ciência mundial.” É com essas palavras que o diretor-presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, define a herança que vai ser deixada pelo estudo clínico que está sendo realizado em Serrana, interior de São Paulo, para avaliar o impacto da vacinação na redução de casos de Covid-19 e na diminuição da transmissibilidade do novo coronavírus.
A pesquisa conduzida pelo Projeto S é a primeira do mundo neste gênero, e está sendo realizada pelo Butantan com o apoio do Hospital Estadual de Serrana, da Faculdade de Medicina da USP em Ribeirão Preto e da Prefeitura Municipal de Serrana, entre outras instituições.
“Com esse estudo, o Butantan inova mais uma vez no curso da pandemia”, explica Dimas. “O Instituto já inovou fazendo outras atividades que são extremamente importantes: testagem, desenvolvimento de novas estratégias de enfrentamento da pandemia, e agora com esse estudo”, completa.
“A contribuição científica é inestimável. Esperamos que, nos próximos anos, esse aprendizado possa ser utilizado pelo Butantan, pelo Brasil e por outros países também”, acrescenta. De acordo com o diretor do Instituto, uma das principais características que distinguem o Projeto S em relação a seu impacto na saúde pública é que é uma pesquisa de epidemiologia sendo realizada durante uma epidemia.
Além do impacto da vacinação na redução de casos (sabe-se que a vacina protege contra a doença, mas não seu efeito sobre o curso da epidemia) e no controle da pandemia (o que indicará se a população terá que conviver com o vírus por muito tempo ou se a vacinação fará com que o vírus desapareça), o Projeto S vai analisar o impacto da imunização na redução da carga de doença (em termos de economia para o sistema de saúde, ocupação de leitos hospitalares, número de consultas médicas, liberação dos hospitais para o tratamento das outras doenças que nesse momento ficaram em segundo plano).
Também serão analisadas questões como a adesão da população à vacinação, a ocorrência de reações adversas e efeitos indiretos na economia e na circulação de pessoas. Além disso, estão sendo testadas ferramentas que podem ser úteis no combate à epidemia: aplicativo de controle da vacinação, aplicativo de acompanhamento de reações adversas, aplicativo de identificação de sintomas compatíveis com a Covid-19, censo geolocalizado em tempo real, entre outras.
A previsão é que as primeiras respostas possam ser obtidas em meados de maio, algumas semanas após o final da aplicação da segunda dose da vacina do Butantan contra a Covid-19 na população de Serrana, que se encerra em 11 de abril.
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