Portal do Butantan

Países que optaram por vacinas de vírus inativado, como CoronaVac, estão mais protegidos contra variantes do SARS-CoV-2, aponta estudo espanhol


Publicado em: 04/11/2021

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Barcelona, na Espanha, concluiu que vacinas contra a Covid-19 elaboradas com vírus inativado, como é caso da CoronaVac vacina do Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac, conferem maior eficácia no médio e no longo prazo no controle da pandemia, na comparação com imunizantes feitos com outras tecnologias, devido a seu desempenho diante das variantes do vírus SARS-CoV-2.

Segundo Joan Serrano-Marín e Rafael Franco, autores do artigo “Two urgent needs in the battle against COVID-19: a classic-type vaccine and specific medication”, publicado na plataforma de preprints OSF, as novas tecnologias de vacinas desenvolvidas em ritmo emergencial para o combate à pandemia, como RNA mensageiro e vetor viral de adenovírus, podem conferir proteção elevada frente à cepa original do SARS-CoV-2, mas tendem a perder eficácia à medida que vão emergindo novas variantes.

“As vacinas clássicas, como a CoronaVac, promovem a geração de um repertório mais amplo de anticorpos e respostas celulares. Ou seja, elas nos permitem neutralizar o vírus seguindo estratégias mais diversas. Prova disso é a situação positiva que vivem países como Chile, China e Uruguai, onde a principal vacina utilizada tem sido a CoronaVac”, explicam Joan e Rafael em entrevista exclusiva para o Portal do Butantan.

Os imunizantes de vírus inativado contêm todas as partes do vírus morto. Isso pode gerar uma resposta imune mais abrangente que as das vacinas de RNA mensageiro ou que usam adenovírus como vetor viral, já que elas utilizam somente uma parte da proteína Spike (utilizada pelo SARS-CoV-2 para infectar as células).

O artigo sugere que a reinfecção e o colapso dos sistemas de saúde podem ocorrer em países que usam as vacinas de RNA mensageiro ou de adenovírus, embora a porcentagem da população vacinada seja alta – assim como aconteceu em Israel. A mesma tendência, ou seja, novas ondas pandêmicas após a vacinação em massa com vacinas de RNA/adenovírus, estaria sendo vista, de acordo com os pesquisadores, em vários países europeus e nos Estados Unidos.

“A carga viral da variante delta é muito alta para vacinados e não vacinados. Em outras palavras, os vacinados contin