Imigrar significa deixar tudo que se conhece para trás para conseguir se adaptar a uma nova realidade, que nem sempre é melhor. Na véspera do Dia do Imigrante, celebrado em 25 de junho, o Instituto Butantan reconhece o valor dos homens e mulheres que vieram tentar a sorte fora do seu país de origem e conseguiram prosperar, contribuindo para o desenvolvimento da ciência e a difusão científica no Brasil.
Há 12 anos vivendo no Brasil, Elizabeth González Patiño, coordenadora de bioestatística, 39 anos, explica como foi sua adaptação ao Brasil e ao Instituto Butantan. Ela nasceu em Medellín, na Colômbia, e veio ao país para fazer mestrado e doutorado na Universidade de São Paulo (USP).
“O ambiente acadêmico tem pessoas de vários lugares. E na USP são muitos professores estrangeiros, é um ambiente diverso. E o acolhimento foi perfeito”, lembra ela. Elizabeth conta que aprendeu português facilmente. “Sempre quis me envolver com a cultura daqui, aprender com os nativos, e isso nos enriquece muito culturalmente. Ter outros olhares sobre a vida e as diferentes formas de se procurar alcançar os objetivos é fantástico.”
O projetista de tubulação sênior do Butantan Marcelo Alexis Saavedra Castillo, 52 anos, nasceu em Santiago, no Chile, e chegou ao Brasil cedo, aos sete anos de idade. Ainda pequeno, se encantou com o país. Para ele, conviver com pessoas de diferentes culturas nos permite sempre aprender alguma coisa.
“Os estrangeiros agregam muito ao Brasil, trazendo as diferentes maneiras de se executarem algumas tarefas do nosso dia a dia. Uma das características mais presentes no Chile e que vemos com muita frequência aqui também, é o amor à pátria. Os chilenos amam seu país e os brasileiros agem da mesma maneira”, ressalta.
O pesquisador científico e diretor do Centro de Desenvolvimento Cultural do Butantan, Giuseppe Puorto, chegou ao Brasil com nove meses de idade. Nascido em Cosenza, na região italiana da Calábria, ele se adaptou às terras brasileiras desde cedo.
Ele sempre gostou de ciências, desde jovem, e fez um estágio no Butantan aos 17 anos. “Achei muito interessante e fiquei até hoje”, lembra o biólogo. “O Brasil é um país que sempre abriu espaço para os estrangeiros, utilizando a mão de obra de fora em diversos setores e crescendo com esse tipo de serviço”, analisa.