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Com CoronaVac, Butantan ajudou a controlar a pandemia na América Latina, diz representante da OPAS no Brasil

Instituto foi o primeiro a fornecer uma vacina contra Covid-19 para a região e agora exporta imunizantes da influenza


Publicado em: 03/05/2022

Para a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), o trabalho do Instituto Butantan foi de grande importância para o controle da pandemia, especialmente na América Latina, sendo o primeiro fornecedor de uma vacina contra a Covid-19 no continente, a CoronaVac. Além do Brasil, o imunizante foi disponibilizado pela Sinovac, farmacêutica chinesa que é parceira do Butantan, para países como Chile, Uruguai, Equador, Paraguai, México, República Dominicana e Colômbia, e já teve mais de três bilhões de doses administradas no mundo.

“O Butantan foi o primeiro fornecedor de vacina contra a Covid-19 para a América Latina, com a aquisição e produção de uma vacina inativada [a CoronaVac]. Foi uma estratégia de transferência de tecnologia que nos favoreceu muito”, apontou a coordenadora da Unidade Técnica de Medicamentos, Tecnologia e Pesquisa da OPAS no Brasil, Maria de los Angeles Cortés, durante visita ao instituto na última segunda (2).

“Nós consideramos o Butantan como um líder das Américas na produção de vacinas, soros e outros imunobiológicos. A OPAS e o Butantan têm quase a mesma idade e são parceiros de longa data. Reconhecemos todos os esforços que o instituto faz em prol da saúde pública”, afirmou Maria de los Angeles. O Butantan tem 121 anos, enquanto a OPAS está completando 120 anos em 2022.

Segundo a doutora em imunologia, que atua na OPAS há quase 20 anos, a recente inclusão da vacina da influenza na lista de imunizantes pré-qualificados da Organização Mundial da Saúde (OMS) abre portas para que a atuação do Butantan se expanda cada vez mais além das fronteiras brasileiras. Em abril, o instituto exportou 925 mil doses da vacina contra a gripe para Uruguai e Nicarágua, por meio de edital do Fundo Rotatório da OPAS para Acesso a Vacinas.

“O Fundo busca ampliar a distribuição de vacinas nas Américas e até então nós não tínhamos um fornecedor local do imunizante contra a gripe, que é muito importante para nós. A vacina do Butantan cumpre todas as exigências de qualidade e agora pode ser exportada para ajudar outros países”, diz Maria.

 

Visita ao Butantan

A OPAS esteve no Butantan esta semana para gravar entrevistas que irão compor o documentário de comemoração aos 120 anos da organização. O objetivo era mostrar os bastidores do processo de produção de vacinas e soros e reconhecer os avanços do Butantan como principal fornecedor de imunizantes da América Latina.

Durante a visita, a equipe conheceu o Centro Administrativo, o Parque Fabril e o Parque da Ciência do Butantan, e conversou com representantes de algumas das principais áreas do instituto: a gerente de produção de soros hiperimunes Fan Hui Wen; o diretor de produção Ricardo Oliveira, para falar sobre a vacina da influenza; e o gerente de inovação Cristiano Gonçalves, para abordar parcerias internacionais.

Segundo Maria, o documentário busca mostrar a realidade por trás do desenvolvimento de vacinas e incentivar a valorização da ciência. “Muitas pessoas pensam na produção de vacinas somente como preencher frascos com um líquido, mas elas não conhecem todos os processos prévios para a fabricação de imunizantes. O Butantan possui grandes avanços tecnológicos que não são reconhecidos como deveriam e nós queremos chamar atenção para isso.”

 

Sobre a OPAS

A Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), fundada em 1902, é a organização internacional de saúde pública mais antiga do mundo. Atua como escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS) para as Américas, com o objetivo de garantir o direito de todos à saúde. Suas ações incluem o fortalecimento dos sistemas de saúde, a ampliação do acesso às vacinas e o combate a doenças transmissíveis e doenças crônicas não transmissíveis. Com sede em Washington, nos Estados Unidos, a OPAS possui 27 escritórios e três centros especializados.