Estudos de pesquisadores chineses indicam que a terceira dose da CoronaVac, vacina de vírus inativado do Butantan e da Sinovac, produz anticorpos capazes de reconhecer a variante ômicron. Segundo o cientista Xiangxi Wang, pesquisador principal do Laboratório de Infecção e Imunidade do Instituto de Biofísica da Academia Chinesa de Ciências, seu grupo realizou a triagem de mais de 500 unidades de anticorpos neutralizantes obtidos após a terceira dose. O tema foi abordado nesta quarta (8) no CoronaVac Symposium.
“Cerca de um terço dos anticorpos apresentaram grande afinidade de ligação com a proteína Spike das cepas de preocupação, incluindo a ômicron, que tem mais de 30 mutações”, afirma. Os pesquisadores ainda irão testar a capacidade de neutralização desses anticorpos contra o vírus para confirmar a sua eficácia. “Mas eu acredito que pelo menos as vacinas inativadas ainda podem funcionar e proteger contra a variante ômicron, sem necessidade de uma atualização.”
Para o pesquisador Alexis Kalergis, imunologista da Pontifícia Universidade Católica do Chile, as evidências mostram que a dose de reforço é um caminho para potencializar a resposta imune contra as variantes. No entanto, ele acredita que as vacinas precisam ser atualizadas para realmente poder cobrir as cepas de preocupação. “Aqui no Chile, nossa proposta é administrar a dose de reforço. A terceira dose da CoronaVac resulta em níveis de células T bem mais altos do que a segunda dose, e isso é importante para combater os vírus com mutações”.
A Sinovac já está trabalhando na atualização da CoronaVac contra a variante ômicron. Os pesquisadores irão isolar o vírus de amostras de pacientes de Hong Kong para iniciar os testes de anticorpos neutralizantes. Depois, será feito um ensaio clínico para avaliar a eficácia do imunizante. A previsão é que todo esse processo leve pelo menos três meses.
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