O uso de máscaras contra a Covid-19 voltou a ser recomendado em locais fechados diante do aumento de casos e internações pela doença no país. A orientação não é à toa: a ciência já comprovou que o uso de máscara cobrindo nariz e boca, sobretudo a cirúrgica e do tipo N95, realmente é eficaz para evitar o acesso de vírus respiratórios, como o SARS-CoV-2, e consequentemente a sua disseminação.
Segundo o diretor do Laboratório Multipropósito do Instituto Butantan, Renato Astray, o uso da máscara neste momento se torna uma medida de contenção ainda mais importante porque o país vive uma concentração de situações propícias para a disseminação do coronavírus e de suas variantes, que pode causar a temida quarta onda de Covid-19.
“As pessoas pensam muito na saúde dos familiares mais próximos, mas precisam entender que a vacina e o uso de máscaras são medidas de saúde coletiva. Quando nos protegemos destas formas, contribuímos para diminuir a circulação do vírus e para proteger quem não pode tomar a vacina, quem tem comorbidades e doenças crônicas e está mais suscetível a infecções graves”, afirma o doutor em Ciências pela Universidade de São Paulo e pela Universidade de Strasbourg, na França.
Uma pesquisa divulgada na semana passada pela revista PNAS, da Academia de Ciência dos Estados Unidos, com base em quatro meta-análises de estudos anteriores, mostra que o uso de máscaras é eficaz para conter o avanço da Covid-19 em ambientes comunitários. A pesquisa estima reduções médias no risco de infecção de até 61% em resultados individuais.
“Descobrimos que o uso de máscara está associado a uma notável redução na transmissão. Em situações em que é improvável que a obrigatoriedade tenha um grande efeito na aceitação – por exemplo, porque o uso voluntário já é alto – [...] os formuladores de políticas podem responder com educação sobre o ajuste e a qualidade corretos da máscara”, descreve o artigo.
A pesquisa reforça que para garantir o alto índice de proteção, deve-se evitar máscaras de pano e dar preferência ao uso de máscaras cirúrgicas ou do tipo PFF2, N95 ou KN95.
Com base na eficácia comprovada das máscaras, Renato lista seis motivos para que elas ainda estejam nos planos nacionais e nas precauç&ot