O Chiasognathus grantii, uma espécie de besouro de mandíbula tão longa e maior que seu próprio corpo, entrou para a história por ter sido estudado pelo famoso naturalista britânico Charles Darwin (1809-1882), criador da teoria da evolução das espécies por meio da seleção natural. Por isso, também é conhecido pelo nome popular de “besouro de Darwin”.
Sua curiosa maxila é importante para que ele se mantenha forte e saudável no mundo dos insetos, mas é característica própria do besouro macho: a fêmea possui um aparelho bucal bem menor. Essa mandíbula tão distintiva é usada para a reprodução da espécie e pode se transformar em uma garra para ataque ou defesa – quando se sente ameaçado, pode ser bem agressivo.
Os besouros machos entram em batalhas para disputar as fêmeas na época do acasalamento. O uso da força é importante no combate, e quando um dos “brigões” é pego pela mandíbula, o inseto atacante joga o perdedor para bem longe. Geralmente, as lutas acontecem no alto dos troncos de árvores.
Após a batalha, o macho vencedor encontra a fêmea para o acasalamento. As larvas nascem dos ovos em apenas duas ou três semanas. Mas a felicidade da fêmea pode durar pouco, já que muitos destes insetos machos têm o terrível hábito de arremessar besouros, inclusive as fêmeas.
O macho do Chiasognathus grantii é bem maior que a fêmea: mede entre sete e oito centímetros, enquanto ela não passa de quatro centímetros.
Encontrado na Patagônia chilena e na Argentina, estes besouros se alimentam de sucos das árvores quando são adultos, e as larvas se alimentam de madeira.
BESOURO DE DARWIN
Espécie: Chiasognathus grantii, besouro da ordem Coleoptera, da família Lucanidae e do gênero Chiasognathus.
Onde habita: Patagônia chilena e argentina.
Características físicas: o macho tem entre sete e oito centímetros, com coloração predominantemente marrom e mandíbula maior que seu próprio corpo; a fêmea possui mandíbula menor e mede até quatro centímetros.
Alimentação: sucos das árvores (adulto) e madeira (larva).
Curiosidade: adora arremessar seus rivais para longe.
*Fotografia de Pedro Cattony, tecnologista no Laboratório Estratégico de Diagnóstico Molecular do Instituto Butantan, em parceria com os fotógrafos Guilherme Correia e Paulo César, que fizeram o registro no Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo