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Nova variante recombinante XG é encontrada em mulher de 59 anos em SP

Esta é a terceira recombinante encontrada em um período de dois meses pela Rede de Alerta das Variantes do Butantan


Publicado em: 17/05/2022

A 17ª Semana Epidemiológica da Rede de Alerta das Variantes do SARS-CoV-2, coordenada pelo Instituto Butantan, registrou mais uma nova variante recombinante XG. Foi encontrada em amostras coletadas de uma mulher de 59 anos, moradora do bairro da Penha na cidade de São Paulo. Ainda não há informações sobre os sintomas, histórico de viagem e esquema vacinal da paciente.

A XG é uma recombinante das linhagens BA.1 e BA.2 da cepa ômicron - a mesma combinação da variante XE, mas com mutações diferentes. Segundo os bioinformatas da Rede de Alerta de Variantes do Instituto Butantan, Alex Ranieri e Gabriela Ribeiro, não há motivos para preocupação com relação à sua disseminação. 

“Todas as variantes recombinantes ainda necessitam de mais atenção nesta questão de disseminação. Há no mundo apenas 205 sequências da XG e isso é pouco em relação à população mundial e ao número de variantes que estão circulando”, explica Gabriela. 

Os bioinformatas afirmam que as variantes recombinantes estão mais prevalentes em países europeus. A maioria dos casos de infecção pela XG vem da Dinamarca, mas também há registros na Alemanha e no Reino Unido. 

Mais variantes recombinantes

A XG é a terceira variante recombinante encontrada em um período de dois meses no Brasil. Em março, a Rede de Alerta das Variantes do Butantan identificou o primeiro caso da variante XE no Brasil em um homem de 39 anos, morador de São Paulo e com esquema vacinal completo. 

Em abril, a rede encontrou a XQ, que surgiu a partir de uma mistura da sublinhagem BA.1.1 e linhagem BA.2 e foi encontrada em amostras de um casal sem esquema vacinal completo, ou seja, que não tinha tomado a terceira dose da vacina, também na cidade de São Paulo. 

Sobre as recombinantes

Quando uma mistura ou recombinação de material genético de duas ou mais linhagens e sublinhagens ocorre, a cepa resultante é chamada de variante recombinante. Para que isso aconteça, é necessário que uma pessoa contraia pelo menos duas linhagens ao mesmo tempo e que o evento de recombinação ocorra, algo mais difícil de acontecer, mas que se torna possível diante da alta circulação de variantes da Covid-19.

Por definição, a recombinante também é uma variante, já que a recombinação é um tipo de mutação. Até o momento, múltiplas variantes recombinantes foram detectadas em circulação no mundo, sobretudo na Europa, podendo ser reconhecidas pela letra X em seu nome, como XD, XE e XQ. As linhagens recombinantes mais recentes vão de XD, mais popularmente conhecida como deltacron, seguindo em ordem alfabética até XW.