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Saiba como nosso sistema imunológico trabalha para eliminar os vírus e bactérias que tentam nos atingir


Publicado em: 01/10/2021

O nosso corpo é como uma empresa em que cada setor é responsável por uma função específica. O sistema imunológico é a parte encarregada de nos proteger contra vírus e bactérias que tentam nos infectar. Ele é formado por diversas células, e cada uma delas também exerce funções específicas.

As células que constituem o sistema imune são chamadas de células brancas, glóbulos brancos ou leucócitos. Dentro dos leucócitos há células como os linfócitos, neutrófilos e macrófagos, que atuam no bloqueio e eliminação de vírus e bactérias. Dentre eles, os linfócitos são os principais produtores de anticorpos, que são formados por substâncias chamadas de imunoglobulinas. Quando entramos em contato com um vírus ou bactéria, os linfócitos produzem “exércitos” para nos proteger, ou seja, novos grupos de linfócitos para combater aquele patógeno específico.

“Anticorpo é uma proteína que é capaz de se ligar no antígeno, ou seja, na proteína viral. Ela vai sinalizar para o corpo que aquilo é ofensivo e vai eliminá-lo. Então, vão ser ativadas várias células que vão destruir o vírus”, conta a diretora do Laboratório de Biotecnologia do Instituto Butantan, Soraia Attie Calil Jorge.

Os macrófagos e os neutrófilos estão ligados à proteção, mas atuam na parte da resposta celular– ou seja, atacam a célula que já foi infectada. O sistema de resposta humoral (anticorpos) e celular ainda pode guardar a “lembrança” dos agentes infecciosos com que o organismo já entrou em contato para, no futuro, saber produzir anticorpos se encontrar novamente aquele vírus ou bactéria. Todas essas células trabalhando e respondendo em conjunto é o que forma o nosso sistema imune.

O organismo desenvolve vários tipos de anticorpos. Os anticorpos produzidos pelas células correspondem a IgG (imunoglobulina G) e IgM (imunoglobulina M). As diferenças entre IgG e IgM estão na sua atuação: enquanto o IgM faz o primeiro ataque aos vírus, o IgG atua no backup, ou seja, na memória do organismo. O IgM combate o vírus assim que ele aparece, diferente do IgG, que vai agir quando o vírus se manifestar no futuro.

 

Vacinação

 

O sistema imune, portanto, possui respostas diferentes e complexas contra invasores, sendo a principal delas constituída pelos anticorpos produzidos nos leucócitos e pela capacidade de combater ameaças armazenadas nas células de memória. “As vacinas não induzem só a resposta humoral, também induzem uma resposta celular que é muito importante”, explica a diretora do Centro de Desenvolvimento e Inovação do Butantan, Ana Marisa Chudzinski. Em outras palavras, as vacinas nos protegem quando nos infectamos com o vírus ou bactéria e também tempos depois, caso voltemos a entrar em contato com ele.

Além de circularem pelo nosso sangue, os anticorpos atuam no nosso sistema linfático, que abriga os vasos linfáticos e por onde corre a linfa, em paralelo ao sangue. A linfa é o líquido que defende o organismo do ataque de bactérias, drena as substâncias do metabolismo e as moléculas que não serão utilizadas pelo organismo, entre outras funções.