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Três pesquisas científicas que confirmam a eficácia da CoronaVac em imunossuprimidos


Publicado em: 18/10/2021

Uma vacina feita com a tecnologia mais estabelecida da ciência em produção de imunizantes, com o mais alto perfil de segurança, fruto de uma parceria internacional e produzida por uma instituição com 120 anos de experiência e excelência. Essas são algumas das características da CoronaVac, vacina do Butantan e da farmacêutica chinesa Sinovac contra a Covid-19, que a qualificam para um público dos mais sensíveis e vulneráveis ao SARS-CoV-2: os imunossuprimidos.

Pessoas imunossuprimidas têm algum tipo de dificuldade no sistema imunológico. Elas podem, por exemplo, ter uma doença que ataca justamente essa parte do organismo (como o vírus HIV ou doenças reumatológicas) ou tomar medicação que visa suprimir a atuação das defesas do corpo (é o caso de quem está em tratamento contra o câncer ou tem órgão transplantado). Por isso, esse público nem sempre responde bem à vacinação e costuma ser mais vulnerável a infecções: pesquisas indicam que a taxa de mortalidade do SARS-CoV-2 pode variar de 25,64% a 37,5% em imunossuprimidos, dependendo da condição do paciente.

É por isso que a CoronaVac, a vacina mais segura dentre as atualmente em uso no Brasil, vem sendo utilizada – com eficácia – na proteção de imunossuprimidos. Conheça a seguir três pesquisas que comprovam a qualidade, segurança e eficiência da vacina do Butantan também em quem tem dificuldades no seu sistema imunológico:

 

Em pacientes com câncer

Um estudo realizado na Turquia e publicado no início de agosto na revista Future Oncology mostrou que a CoronaVac gera proteção contra a Covid-19 em pacientes em tratamento contra o câncer. Duas semanas após a aplicação da segunda dose do imunizante, houve soroconversão (ou seja, formação de anticorpos) em 63,8% das pessoas analisadas. A taxa de imunogenicidade chegou a 100% nos pacientes que recebem apenas anticorpo monoclonal ou imunoterapia como medicação. Além disso, nenhum dos pacientes apresentou infecção por Covid-19 em um acompanhamento médio de 85 dias após completarem o esquema vacinal. O intervalo entre a aplicação das duas doses de CoronaVac foi de 28 dias.

 

Em pacientes reumatológicos

Pacientes com doenças reumatológicas autoimunes apresentaram um aumento de 70,4% no nível de anticorpos contra o vírus SARS-CoV-2 duas semanas após receberem a segunda dose da CoronaVac. Além de aumentar a soroconversão dos pacientes imunossuprimidos, a vacina também elevou em 56,3% a quantidade de anticorpos neutralizantes. As conclusões são de um estudo realizado pelo Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (HCFMUSP) com 910 pessoas e publicado na Nature Medicine. Os 910 participantes foram vacinados em dois dias. Pouco depois da segunda dose, quando os anticorpos ainda estavam em produção, houve 33 casos de Covid-19; 40 dias depois, esse número havia caído para seis casos.

 

Em transplantados de rim

Um estudo realizado por pesquisadores do Instituto Butantan, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do Hemocentro de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) mostrou que 43% dos pacientes transplantados de rim geraram anticorpos contra a Covid-19 15 dias após receberem a segunda dose da CoronaVac. O trabalho foi desenvolvido no Hospital do Rim e seus resultados preliminares foram divulgados em artigo na revista Transplantation, a principal publicação mundial da área de transplantes. A pesquisa foi realizada entre 20 e 28 de março de 2021 com 3.354 pacientes transplantados renais entre 30 e 69 anos, que haviam realizado o transplante há mais de 30 dias, não apresentavam caso anterior de Covid-19 e completaram o esquema vacinal de duas doses da CoronaVac com intervalo de 28 dias.