No começo de 2020, a técnica de enfermagem e assistente social Vanuza Kaimbé, de 53 anos, vivia o medo de o SARS-CoV-2 dizimar a população de sua aldeia multiétnica Filhos dessa Terra, localizada em Guarulhos (SP). Ciente da vulnerabilidade dos indígenas diante do vírus então pouco conhecido, ela clamou pelas redes sociais e para o poder público por condições de isolamento, testagem e vacina. Foi desacreditada e chamada de “doida”, mas não desistiu. A projeção lhe rendeu a chance de ser a primeira indígena brasileira a ser imunizada contra a Covid-19 com a vacina CoronaVac, produzida no Instituto Butantan, em 17 de janeiro de 2021.
“A ciência venceu o preconceito, a desinformação e o retrocesso. Eu estava lá muito feliz. Quando tomei a vacina não senti nada, só emoção e gratidão”, disse ela durante a palestra Relatos da