Superfêmeas do reino animal: conheça espécies em que elas se destacam
Viúva-negra, jararacuçu e escorpião-amarelo são espécies onde fêmeas são maiores e mais importantes que machos
Publicado em:
15/03/2022
Assim como acontece com os seres humanos, no mundo animal há diversos casos em que as fêmeas é que representam o sexo forte. Em certas espécies, existem diferenciações biológicas entre eles e elas que evidenciam o poder feminino. Conheça algumas delas!
Viúva-negra (Latrodectus)
As fêmeas da espécie são muito maiores do que os machos, conhecidos como machos-anões. Elas recebem esse nome porque praticam o canibalismo sexual – ou seja, podem se alimentar do parceiro logo após o acasalamento. Mas isso não acontece sempre: só se ele tentar copular antes do amadurecimento da fêmea. De qualquer forma, a vida dos machos da espécie é bem curta – depois que ficam adultos, eles vivem só o tempo suficiente para se reproduzir: durante o acasalamento, a maioria deles quebra o órgão reprodutor dentro da fêmea e morre de hemorragia de hemolinfa (fluido que, nos invertebrados, equivale de certa forma ao sangue dos animais). Além disso, o veneno das fêmeas de viúvas-negras pode ser agressivo ao organismo humano e afetar o sistema nervoso central, em caso de acidente.
Jararacuçu (Bothrops jararacussu)
Em muitas espécies de serpentes, as fêmeas são maiores do que os machos, provavelmente devido à maternidade. A jararacuçu, espécie do gênero das jararacas, é um exemplo clássico. As fêmeas são maiores e mais robustas do que os machos e também mais agressivas. Uma fêmea de jararacuçu consegue chegar a 1,8 metro de comprimento e produz muito mais veneno. Uma fêmea de porte grande pode injetar muito mais veneno do que as de outras espécies, proporcionalmente, causando um acidente mais grave e até fatal.
Escorpião-amarelo (Tityus serrulatus)
Algumas espécies do reino animal possuem uma característica reprodutiva no mínimo intrigante: a procriação assexuada. Conhecido como partenogênese, esse processo é feito pela fêmea sem a participação do macho. É mais comum em espécimes que ficam isolados em ilhas, por exemplo, mas pode ocorrer nos animais em cativeiro.
O escorpião-amarelo (Tityus serrulatus) encontrou nessa forma de reprodução um caminho para a sobrevivência. Ao longo dos séculos, este artrópode discreto e noturno adquiriu a habilidade de “clonagem”: a fêmea expele os filhotes e os ajeita em seu dorso, onde eles permanecem por 14 dias, até o momento da dispersão.
Os filhotes são clones exatos das mães e possuem DNA idêntico ao dela. Como não há mistura de material genético, não ocorre evolução – o que é uma desvantagem para a espécie. O ponto positivo é que os escorpiões-amarelos são ótimos colonizadores: como a fêmea não precisa encontrar um macho para procriar, basta encontrar um ambiente adequado, se reproduzir e transformar aquele espaço em uma colônia. Isso significa que a dispersão da espécie é muito mais fácil.
*Este texto foi produzido com o apoio do pesquisador científico do Laboratório de Coleções do Instituto Butantan, Antonio Domingos Brescovit; do diretor do Museu Biológico do Butantan, Giuseppe Puorto; e do médico veterinário do Butantan, Thiago Chiariello.
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