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ButanVac: moradores do RJ, SP e PE podem se voluntariar para ensaio clínico de fase 2/3

Quem mora nas cidades do Rio de Janeiro, Volta Redonda, Serrana e Recife agora pode participar da pesquisa da nova candidata a vacina contra a Covid-19


Publicado em: 08/08/2023

O ensaio clínico de fase 2/3 da ButanVac, candidata a vacina contra a Covid-19 do Instituto Butantan que está sendo testada como dose de reforço, abriu novos centros de pesquisa em quatro cidades: Rio de Janeiro (RJ), Volta Redonda (RJ), Serrana (SP) e Recife (PE). Residentes maiores de 18 anos desses municípios, que já receberam quatro doses de qualquer imunizante contra a Covid-19, podem fazer parte da pesquisa. Serão incluídos um total de 400 participantes.

Outra novidade é que os voluntários devem ter tomado a última dose há no mínimo 4 meses e no máximo 18 meses – na versão anterior do protocolo, seriam aceitas apenas as pessoas que receberam a quarta dose nos últimos 4 a 8 meses. Dessa forma, amplia-se a possibilidade de participação no estudo.

Centros de pesquisa localizados nas cidades de Valinhos e São Caetano do Sul, ambos no Estado de São Paulo, também estão recrutando voluntários. Interessados em se inscrever devem entrar em contato diretamente com cada centro – confira aqui a lista completa e os endereços de cada instituição de pesquisa.

Não podem participar mulheres grávidas ou lactantes, pessoas com histórico de alergia a ovo, imunossuprimidos ou quem tem evidência de doença ativa neurológica, cardíaca, pulmonar, hepática ou renal não controlada. Os demais critérios podem ser lidos no site oficial do estudo.

A ButanVac já mostrou alto perfil de segurança e capacidade de induzir produção de anticorpos durante a fase 1 do ensaio clínico, concluída em fevereiro de 2022. O imunizante é feito com a tecnologia de vírus inativado, considerada uma das mais seguras para todos os públicos, como crianças, idosos e gestantes. Isso porque a vacina é incapaz de causar infecção e costuma apresentar menos efeitos adversos.

 

ButanVac pode democratizar o acesso à vacinação

Por ser produzido com a mesma técnica da vacina da gripe, o imunizante tem baixo custo e alto rendimento. Além disso, a plataforma de produção em ovos já é usada por 40 fábricas em 18 países, possibilitando o desenvolvimento da ButanVac em diversas regiões do mundo, incluindo aquelas com dificuldade de acesso à imunização. Segundo a plataforma Pandem-ic, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, 2,2 bilhões de pessoas ainda não se vacinaram contra a Covid-19 – e a maioria reside em países de baixa renda.

Outra vantagem é a possível facilidade de atualizar a vacina com as cepas que estiverem circulando. Recentemente, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou a produção de novos imunizantes feitos a partir da linhagem XBB do SARS-CoV-2, que é hoje a variante predominante no mundo. Isso reforça a importância da ButanVac para o futuro do combate à doença.

Fruto de uma parceria internacional, a vacina é feita a partir do vírus de Newcastle modificado, que contém a proteína Spike do SARS-CoV-2 estabilizada. Como este vírus infecta somente aves, ele se replica bem em ovos embrionados de galinha – assim como o vírus da influenza – e não causa a doença em humanos.

 

Reportagem: Aline Tavares

Fotos: Renato Rodrigues/Comunicação Butantan